VEGANISMO NA INFÂNCIA

VEGANISMO NA INFÂNCIA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  Tupam Editores

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A crescente prevalência de dietas restritivas, principalmente veganas e vegetarianas, instalou-se definitivamente na grande maioria dos países mais desenvolvidos, tendo deixado de ser aquilo que inicialmente parecia ser mais uma moda, levando muitas vezes os pais a adotar para os seus filhos, enquanto crianças, aquela prática alimentar.

No entanto, vários estudos levados a cabo, vieram revelar ter sido identificada uma ingestão inadequada de cálcio e vitamina D, nas crianças que seguiam dietas vegan, o que poderá causar uma diminuição na densidade mineral óssea, além de também se terem verificado baixas concentrações séricas de zinco em adolescentes que adotam uma dieta vegan.

Esses resultados levaram os especialistas a concluir que uma dieta vegana é desaconselhada durante todas as fases de crescimento e desenvolvimento de uma criança, uma vez que ao seguirem uma dieta vegan integral, necessitam de suplementação alimentar contínua, em todas as fases do seu desenvolvimento.

A principal diferença entre veganos e vegetarianos é que os veganos não consomem nada que tenha origem animal, seja na alimentação ou em outros produtos como artigos de higiene, limpeza, vestuário ou medicamentos, enquanto o vegetariano, embora não consuma carne, peixe e aves, pode consumir outros produtos de origem animal como leite e ovos, por exemplo.

Quando se fala de comida saudável ou vegan, muitas vezes os dois conceitos se associam e confundem. O vegano ou vegan, representa uma opção que não é apenas do foro alimentar ou dietético, sendo acima de tudo um estilo de vida diferente. Contudo, embora o vegetariano e o vegano partilhem uma base filosófica semelhante, a verdade é que encerram significados diferentes e opções de vida claramente diversas.

A ideia de que uma dieta vegan bem planeada, pode satisfazer as necessidades nutricionais de uma criança, é altamente controversa, pois além de vários especialistas defenderem que a implementação de uma dieta vegan requer a monitorização clínica frequente e a suplementação mineral e vitamínica, os dados antropométricos nas crianças veganas indicam um crescimento normal, mas tendencionalmente mais baixos quando comparados com os de outras crianças com uma alimentação omnívora, isto é, que se alimenta indiferenciadamente de substâncias animais e vegetais.

Uma dieta vegana, não devidamente supervisionada pode causar graves deficiências nutricionais com possíveis efeitos prejudiciais a longo prazo e, além das suas implicações no desenvolvimento antropométrico, são também conhecidas implicações no desenvolvimento neuro-cognitivo e psicomotor das crianças, factos estes que remetem para a necessidade da discussão ética sobre as escolhas realizadas pelos progenitores no que se refere à dieta dos seus filhos.

As dietas à base de plantas estão normalmente associadas a melhor saúde e longevidade, razão pela qual os pais, adeptos de dietas vegetarianas ou veganas, na maioria dos casos, pretendem que os seus filhos tenham as mesmas opões no que se refere à dieta alimentar sem, no entanto, conhecerem e ponderarem as vantagens ou os riscos a que estão a expor os seus filhos, com as escolhas que façam.

A implementação de uma dieta que exclua todos os produtos de origem animal, numa criança que se encontra em processo de crescimento, exige ajustes que suportem o fornecimento de nutrientes e minerais que são tradicionalmente fornecidos pelos produtos de origem animal, sendo por isso muito importante conhecer as implicações da dieta vegan no desenvolvimento antropométrico da criança, para a implementação de planos de cuidados adequados às suas necessidades.

Como em tudo na vida, há vantagens e desvantagens na adoção de uma ou outra variante do vegetarianismo. Especialistas em nutrição indicam que o ideal é que os potenciais adeptos de dietas vegetarianas sejam acompanhados por um médico e um nutricionista que procederão à avaliação da necessidade de usar suplementos alimentares de ferro, cálcio e vitamina B12, uma vez que é bastante comum que os vegetarianos apresentem carência de vitamina B12, visto que esta não é encontrada em alimentos de origem vegetal.

Na dieta vegetariana restrita, além de qualquer tipo de carne, peixe e mariscos, não são permitidos alimentos que tenham origem animal, incluindo mel, ovos, leite e seus derivados. De entre as suas principais vantagens destaque-se a eliminação do consumo de colesterol da dieta e combate à exploração de animais para a produção de alimentos. Como desvantagens, as perdas de leite como principal fonte de cálcio na alimentação, fontes de vitaminas do complexo B e de fontes de proteínas de alta qualidade.

No veganismo, mais radical, além de não serem permitidos quaisquer alimentos de origem animal, também é vedado o consumo ou utilização de qualquer produto derivado de animais, como couro, seda ou lã, bem como cosméticos que tenham sido testados em animais. Como vantagens do veganismo, podem ser apontadas a eliminação do consumo de colesterol da dieta e o combate à exploração de animais para a produção de comida. Perdas do leite como fonte de cálcio na alimentação, de fontes de vitaminas do complexo B e de proteína de elevada qualidade, são as principais desvantagens desta opção.

Em Portugal, não foram encontrados estudos sobre o impacto da dieta vegan nas crianças, pelo que seria desejável a sua realização para um melhor entendimento desta realidade, em especial sobre as implicações no desenvolvimento psicomotor, neuro-cognitivo e antropométrico da população portuguesa na faixa etária entre os 6 meses e a adolescência.

Segundo o último estudo da The Green Revolution, Portugal já tem mais de 1 milhão de adultos que seguem uma dieta eminentemente vegetal e que se mantém em crescimento, dados que contrastam com a oferta comercial ainda incipiente que existe no País.

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