As características biológicas e fisiológicas que definem mulheres e homens são genericamente designadas de sexo. É no entanto por vezes difícil entender exatamente a diferença existente entre género "masculino e feminino" e sexo, quando nos referimos a relações íntimas.
Às regras socialmente estabelecidas como, comportamentos, atividades e atributos que determinada sociedade considera apropriado para homens e mulheres, a Organização Mundial de Saúde define como "género". O sexo nas relações íntimas não difere substancialmente entre as várias culturas e sociedades humanas, mas já os aspetos relacionados com a categoria género podem variar consideravelmente.
Fatores como, as mulheres ganharem menos que os homens por trabalho similar, não serem autorizadas a conduzir veículos em alguns países, executarem mais tarefas domésticas que os homens ou não poderem fumar por razões de ofensa às tradições ou cultura, estão entre as características definidoras de género.
Por outro lado, entre as características de sexo, inclui-se o fato de os homens terem testículos e as mulheres não, as mulheres menstruarem e os homens não, as mulheres desenvolverem seios com capacidade para amamentar e os homens não os terem, para além destes terem uma estrutura óssea geralmente mais maciça.
Estas diferentes características fisiológicas e biológicas têm permitido ao ser humano reproduzir-se, criando descendentes que garantem a continuidade da espécie e a transmissão dos seus genes. Porém, através do estudos arqueológicos a objetos e pinturas rupestres milenares, há hoje indícios de que já na pré-história o ser humano distinguia reprodução de sexo, utilizando cosméticos naturais para incrementar o prazer, usando métodos anticoncecionais e praticando sexo não convencional.
Seguindo o comportamento dos animais polígamos, no paleolítico, os machos dominantes acasalavam com várias fêmeas, situação que se veio a alterar no neolítico em que a monogamia se tornou predominante e assim se mantendo até hoje, na maioria das sociedades modernas.
As transformações na puberdade
Na adolescência, fase conturbada da vida compreendida entre os 10 e 20 anos, ocorrem importantes transformações físicas e emocionais que preparam a criança para assumir o seu novo papel na família e na sociedade.
Neste período de significativas modificações, denominado puberdade, ocorre a primeira menstruação nas meninas, as ejaculações masculinas espontâneas sem coito e, entre outros, o crescimento de pelos no corpo, alteração de voz nos rapazes, amadurecimento dos órgãos do aparelho reprodutor com aumento do tamanho do pénis e dos seios.
De forma gradativa, com o desenvolvimento do corpo surgem os primeiros assomos da puberdade e a sexualidade surge de forma natural nos adolescentes. A jovem adolescente amadurece normalmente mais cedo que o rapaz, vai experimentando os seus limites, protelando sucessivamente os primeiros encontros sexuais, até encontrar o parceiro adequado para a sua primeira relação.
A virgindade há muito deixou de ser tabu entre a juventude ocidental, mas permanece um marco importante, um ritual de iniciação sexual que pode ser experimentado de forma gratificante ou penalizadora, dependendo em muito da educação e tradições familiares.
Os rapazes mostram-se normalmente mais ansiosos na procura de encontros sexuais tentando persuadir as raparigas para a prática de sexo, sem necessariamente pensarem na relação sexual em si mesma.
Com a redescoberta das sensações na adolescência intensificam-se as experiências de estimulação dos órgãos genitais individualmente, em pares ou em grupo, podendo surgir algum tipo de atividade homossexual nesta fase como a exposição, comparação dos seios e tamanho dos órgãos genitais.
Em época de globalização e não censura nos meios de comunicação, particularmente através da internet, os jovens estão hoje precocemente expostos a situações e apelos sexuais ainda mal compreendidas por si. A falta de apoio familiar e o precário respeito dos adultos pelas necessidades reais dos mais jovens, conduzem a resultados desastrosos como a gravidez de risco na adolescente e incremento das doenças sexualmente transmissíveis.
Sexo e desejo sexual nos adultos
Na cultura do ocidente, o sexo é conotado com adultos jovens. A comunicação social está inundada de anúncios sugestivos de promessas e a indústria de lazer focaliza toda a sua atividade promocional nesse segmento de mercado, esquecendo-se por vezes de que a sexualidade e o instinto duram toda a vida.
Muitas pessoas só atingem o equilíbrio sexual quando chegam à terceira idade e muitas mulheres somente se apercebem da sua sexualidade a partir dos 40 e até 50 anos. A obsessão pelo bom desempenho e a preocupação em se mostrar capaz, a que se junta a necessidade de afirmação vão desaparecendo à medida que a idade avança, contribuindo para um maior grau de prazer e satisfação.
No homem, o aparecimento de novos fármacos que ajudam a ereção, apenas parcialmente a proporcionam. A experiência e a autoconfiança adquiridas com a idade são fatores decisivos para que muitos homens encontrem novos prazeres na sexualidade.
Numa cultura que elege a juventude como modelo, as pessoas mais velhas, fracas e feias o sexo é quase tabu. A maior parte das pessoas vive obcecada com o corpo. As mulheres lamentam a beleza perdida e têm dificuldade em conviver com um corpo que se tornou flácido e desinteressante. Da mesma forma, os homens que sofrem de disfunção erétil facilmente perdem a autoestima levando-os muitas vezes a desistir.
De acordo com vários estudos tornados públicos, cerca de 20 a 50 por cento das mulheres na idade da menopausa sofrem de disfunção psicossexual com inibição permanente do desejo sexual. Comparativamente, os homens ao envelhecerem mantêm um desejo sexual mais acentuado que as mulheres, devido ao fato de a nossa cultura aceitar mais facilmente esse fato a que não são alheias as oportunidades inesperadas oferecidas pelos novos fármacos.
A produção de estrogénios durante a menopausa diminui gradualmente até cessar por completo, facto que no entanto não reduz o apetite sexual, aumentando-o até, nalguns casos. Quando termina a produção de hormonas femininas os ovários continuam a produzir testosterona (as hormonas masculinas), que gradualmente reestabelece o equilíbrio hormonal até se tornar predominantemente testosterona. Em mulheres mais idosas verifica-se muitas vezes um aumento relativo da atividade sexual o que pode surpreender os seus companheiros.
Em analogia com a menopausa, o termo andropausa é uma fase da vida do homem, caracterizada pela diminuição da atividade física e sexual, perda da massa muscular, da densidade óssea e distúrbios de humor, entre outras alterações de natureza psicossomática, tendo como fator desencadeante a diminuição dos níveis de testosterona no sangue.
Disfunções sexuais
No homem, problemas como ejaculação precoce ou retardada, ausência de desejo, disfunção erétil ou incapacidade para atingir o orgasmo causam traumas que na maioria dos casos dificultam o diálogo com a companheira, fazendo sentir-se diminuído e só. Embora infundados, o receio e vergonha em razão do contexto sociocultural em que foi criado instalam-se, dificultando o pedido de ajuda médica especializada.
Os fatores associados à disfunção sexual são geralmente de origem orgânica, psicogénica ou mista, destacando-se pela sua prevalência, as doenças crónicas como a hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência renal, hepática, coronária e doenças endócrinas como a diabetes e depressão. Quanto mais profundo o estado de depressão, maior a incidência da disfunção erétil.
Na mulher, para além destes fatores comuns a ambos os géneros e do papel preponderante da idade, marcado indelevelmente pela menopausa, verificam-se impactos de natureza social, estrutura familiar, princípios religiosos, experiência sexual adquirida e violência na relação. Segundo um estudo da Sociedade Portuguesa de Andrologia patrocinado pela Pfizer, cerca de 56 por cento das mulheres portuguesas apresenta algum tipo de disfunção sexual e que entre estas, 35 por cento têm desejo hipoativo ou aversão e 32 por cento não atinge o orgasmo.
Desde que não existam incompatibilidades de outra natureza e prevaleça o interesse comum, em determinadas situações é possível a convivência harmoniosa entre um casal, ainda que subsistam disfunções em cada um deles que coincidam, como por exemplo, frigidez com impotência, sadismo com masoquismo ou ejaculação precoce com capacidade da mulher atingir o orgasmo rapidamente.
Doenças sexualmente transmissíveis
As DST (doenças sexualmente transmissíveis), são provocadas por bactérias, fungos e vírus que se transmitem por contacto sexual íntimo desde que um dos parceiros esteja infetado. Algumas destas doenças como a sífilis, herpes genital, hepatite B, sida, candidíase e a gonorreia, são também conhecidas por doenças venéreas.
Segundo relatórios da OMS existem mais de um milhão de mulheres grávidas infetadas com sífilis em todo o mundo e 34.000.000 de indivíduos infetados com sida, dos quais 23 000 000 na África subsaariana. A herpes genital atinge cerca de 20 por cento da população adulta, embora as pessoas raramente se apercebam dos sintomas e a sua ação, sendo desconfortável, não é grave, podendo no entanto facilitar a transmissão do vírus da sida.
Estima-se que, só na Europa ocidental, surjam todos os anos 17 000 000 de novos casos de DST, provocadas principalmente por relações sexuais desprotegidas. Dos três tipos de DST conhecidas, virais, bacterianas e parasitárias, as duas últimas são geralmente tratáveis por meio de um ciclo de antibióticos. Já as infeções virais não têm cura, podendo tornar-se episodicamente recorrentes durante toda a vida.
A prática de sexo implica tomar precauções. O uso adequado do preservativo nas relações sexuais, tem sido considerado até ao agora como a medida mais eficaz para prevenir a contaminação e impedir a disseminação destas doenças.
Benefícios do Sexo
Médicos e psicólogos por todo o mundo garantem que sexo é tão vital para a saúde como comer, dormir e praticar exercício. A OMS inclui a atividade sexual entre os fatores determinantes para cálculo do índice de qualidade de vida.
A prática sexual alivia tensões, combate os estados depressivos, revitaliza o corpo, estimula a mente e "queima" cerca de 300 calorias por hora, por se tratar de um excelente exercício aeróbico e anaeróbico que provoca a libertação de endorfinas, que controlam o humor e proporcionam a sensação de intenso prazer.
Sexo previne a osteoporose pelo aumento dos níveis de estrogénios e de testosterona; evita complicações da prostata já que ejaculações frequentes contribuem para manter a glândula em forma; reforça o sistema imunitário devido à relação existente entre o estado de humor e imunidade; as descargas de adrenalina durante a relação sexual aumentam a frequência cardíaca melhorando a circulação; o orgasmo relaxa o organismo extinguindo a ansiedade e tensão, facilitando o sono; oxigena as células periféricas permitindo a eliminação das toxinas, além de tonificar a pele e os músculos.
Nunca outro medicamento se mostrou tão eficaz para a saúde como "sexo". Este "revolucionário medicamento", não possui contraindicações ou efeitos secundários, pode ser tomado livremente, proporciona prazer e incrementa a qualidade de vida.
A disforia pós-sexo é um fenómeno que envolve sentimentos de desconforto, ansiedade ou insatisfação que por vezes se manifestam imediatamente após a atividade sexual consentida.
Fazer sexo não só é divertido, mas também benéfico para a saúde e bem-estar. Cada orgasmo liberta na corrente sanguínea uma abundante quantidade de endorfina e ocitocina, hormonas responsáveis pela me...
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.