ALOPECIA

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DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Todos perdemos cabelo. É normal. Mas às vezes caem mais do que o habitual, e é preciso estar atento e, acima de tudo, não deixar que o problema se arraste.

Existem mais de 100 mil cabelos no couro cabeludo humano, sendo talvez essa a razão porque não nos apercebemos de que o cabelo cai. Entre os que ficam presos no pente ou na escova e os que se desprendem no banho, são entre 80 a 150 os fios que se perdem diariamente. No entanto, esta queda diária do cabelo não constitui um problema, pois faz parte do ciclo capilar, ou ciclo de vida do cabelo.

Todos os dias há cabelo que nasce, que cresce e que morre. Ao longo de nossas vidas, um pelo pode passar por 20 ciclos diferentes desde o momento em que nasce até à sua queda. O número de folículos que cada pessoa tem (entre 130 e 150 mil) vai diminuindo com o passar dos anos. Apesar de cada fio de cabelo ter as suas próprias características, dependendo da sua localização, as fases são iguais para todos.

Basicamente, o ciclo capilar é composto por três etapas: a do crescimento ou anagénica, a de transição ou catagénica e a de repouso ou telogénica.

A fase de crescimento ou anagénica dura entre 2 e 7 anos. O pelo nasce e cresce colado à papila. Nesta fase, o folículo encontra-se saudável e as suas células têm uma actividade permanente. O comprimento do cabelo é determinado por esta fase e quanto mais tempo durar esta etapa, mais compridos serão os cabelos.

A fase de transição ou catagénica dura cerca de 3 semanas. Nesta fase o pelo deixa de crescer e separa-se da papila. A actividade das células do folículo é interrompida provocando uma interrupção do crescimento e a sua queda posterior, na qual o folículo altera a sua de forma.

Na fase de repouso ou telogénica o folículo repousa e o cabelo começa a cair. Dura três meses e durante todo o processo a raiz do pelo permanece no folículo. Quando terminar esta etapa, o ciclo capilar inicia-se novamente com a fase de crescimento.

O ciclo capilar termina quando deixar de crescer o pelo no folículo. Pode mesmo afectar vários folículos ao mesmo tempo e no mesmo lugar, surgindo assim os primeiros sintomas de uma patologia que se designa por alopecia.

Alopecia: Os tipos, os sinais e as causas

Alopecia é o termo científico usado para designar a perda parcial ou total, senil ou prematura, temporária ou definitiva, dos pelos ou cabelos. É uma doença dermatológica inflamatória crónica comum que afecta os folículos pilosos.

Existem vários tipos de alopecia. A mais comum, que afecta sobretudo os homens, é a Alopecia androgenética (calvície), existe ainda a Alopecia Areata, Alopecia Cicatricial, Alopecia Follicularis, Alopecia Neurótica, Alopecia Prematura, Alopecia Senilis, Alopecia Totalis e a Alopecia Traccional/por Tração (que fica a dever-se a certos penteados como rabos de cavalo, tranças).

Os sinais de perda e de queda de cabelo variam entre homens, mulheres e crianças. No entanto, em qualquer idade, os indícios surgem quando se começa a notar mais cabelos na almofada, na escova ao pentear ou maior queda quando se lava a cabeça.

A queda de cabelo acontece, naturalmente, devido a questões fisiológicas, sendo que as alterações climatéricas aumentam a percentagem de queda, nomeadamente, nos meses de outono e de inverno.

Por dia, o ser humano perde até cerca de 100 fios de cabelo, sendo esta uma condição normal. O número pode, no entanto, oscilar, caso se verifique alguma condicionante na saúde física e mental ou se, por outro lado, existir um cuidado especial para a prevenção da queda de cabelo.

Os factores que estão na origem de uma queda excessiva do cabelo são de diversas ordens, entre eles, o estilo de vida, hábitos que fragilizam a haste capilar, a herança genética, uma dieta desequilibrada (dietas radicais e restritivas que provocam défice de vitaminas e de nutrientes), o pós-parto, febre, infecções, doenças crónicas graves, intervenções cirúrgicas, doenças endócrinas (disfunções na tiroide como hipotiroidismo e hipertiroidismo, por exemplo) e até alguns medicamentos. A medicação para doenças como a hipertensão, colesterol ou até se houver interrupção da toma da pílula contraceptiva, pode originar uma gradual perda de cabelo.

O stress, a depressão e a ansiedade trazem consigo consequências físicas, para além do condicionado estado mental. Este é um caso que prova que corpo e mente estão permanentemente numa simbiose que reflecte consequências do seu estado de um para o outro.

É urgente consultar um especialista em dermatologia sempre que se constatar alguma das situações que se seguem:
Diminuição da densidade capilar: quando o cabelo que cai excede o que nasce e cresce, verifica-se uma diminuição da densidade capilar que deve ser estudada para programar o melhor tratamento;
Existência de peladas: o desenvolvimento de peladas, ou seja, de áreas sem cabelo;
Cicatrizes: aparecimento espontâneo de áreas de cicatriz no couro cabeludo;
Rarefacção de cabelo com outras manifestações: rarefacção do cabelo acompanhada de descamação, borbulhas, nódulos ou drenagem de pus.

Tratamento e prevenção da alopecia

A alopecia constitui uma preocupação para a maioria das pessoas, podendo afectar negativamente a sua autoimagem. Actualmente, devido à investigação na área do tratamento capilar, existem várias soluções para problemas relacionados com a queda do cabelo. Seja qual for a opção escolhida, deve ser prescrita por uma equipa médica especializada e apenas após uma consulta de avaliação rigorosa.

O dermatologista, após um exame cuidadoso do cabelo e couro cabeludo, frequentemente com recurso à tricoscopia (exame que utiliza a dermatoscopia digital para avaliar em pormenor a pele) consegue determinar qual a causa da queda de cabelo e a sua gravidade, de forma a delinear qual a melhor abordagem terapêutica para cada pessoa.

Esta terapêutica pode passar por medicação oral, aplicação tópica de fármacos, corticosteróides ou tratamentos com laser. Também pode envolver procedimentos cirúrgicos, como o transplante capilar. Seja qual for a opção, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível.

Pode dizer-se que existem três níveis de intervenção:
Médico/Tópico: actualmente o produto de aplicação tópica mais eficaz é o minoxidil. Os médicos costumam prescrever igualmente um champô apropriado.
Médico/Sistémico: a administração de Finasterida (comprimidos) por via oral, para bloquear a acção da hormona masculina no folículo piloso, é, em muitos casos, um bom coadjuvante. A associação de polivitamínicos/oligoelementos (via oral) também é comum no tratamento da alopecia.
Cirúrgico: Consiste no transplante de cabelo  uma técnica conhecida por Transplante de Unidade Folicular (FUT). Neste procedimento retira-se cabelo de áreas dadoras, habitualmente sob a forma de uma fina tira de pele, ou folículo a folículo. Depois esses cabelos são cortados de forma microscopicamente controlada e realizam-se micro-orifícios na área em que se pretende melhorar a densidade capilar. Finalmente, introduzem-se os folículos em cada orifício. O cabelo transplantado cai habitualmente entre o primeiro e o segundo mês, renascendo posteriormente entre o terceiro e o quarto, com um aspecto natural. A intervenção dura em média quatro a cinco horas, após as quais o doente vai para casa.

Com a técnica actual é possível efectuar sessões de mais de 1500 cabelos implantados. É importante que a expectativa seja adaptada à realidade. Uma sessão melhora muito o aspecto mas não permite o volume de uma cabeleira normal. O resultado é tanto melhor quanto maior a espessura do cabelo e a densidade da área dadora.

Nas mulheres a técnica é um pouco diferente já que habitualmente não há áreas totalmente despovoadas, deste modo o reforço com dois ou três centímetros anteriores pode ter um grande efeito. No homem com alopecia androgenética são expectáveis, durante a vida, três sessões: uma para reforço anterior, outra para posterior, e uma que une ambas as áreas. Entre elas passam, em média, quatro anos. Esta técnica também permite corrigir as cicatrizes determinadas por doenças do cabelo, por traumatismos, por tumores ou por radioterapia.

Conhece o popular provérbio “Mais vale Prevenir do que Remediar”? Pois saiba que também é possível prevenir a queda de cabelo, bastando para isso seguir algumas recomendações simples.

Procure manter um estilo de vida saudável e, sobretudo, ter uma dieta variada a equilibrada. Pode ainda recorrer à toma de alguns suplementos alimentares que forneçam nutrientes e substâncias essenciais ao bom estado do cabelo, como é o caso da vitamina B5, biotina, MSN (metilsulfonilmetano), enxofre, L-cisteína, zinco, selénio, sílica, extracto de milho painço, e gelatina.

As lavagens diárias não são desaconselhadas, no entanto, para o efeito deve usar um champô apropriado anti-queda - por exemplo com extrato de Serenoa Serrulata, que consegue inibir a enzima responsável pela aceleração do ciclo capilar, e ainda com Zinco PCA -, que actua contra os mecanismos enzimáticos que intervêm na queda), adequado ao tipo de cabelo e massajar o couro cabeludo com delicadeza. Deve evitar também agressões físicas e químicas (secadores, pranchas, produtos químicos irritantes, técnicas de penteado com tração do cabelo...).

Convém hidratar bem as pontas e pentear com suavidade. Se tiver de usar o secador este deve estar a uma temperatura não muito alta e a uma distância mínima de 30 cm do cabelo. Evite também puxar demasiado o cabelo durante a secagem e pintá-lo mais do que uma vez por mês.

“Mime” o seu cabelo. Afinal de contas ele é fundamental para a sua imagem, identidade e auto-estima. Devemos dedicar algum do nosso tempo para nós e para o nosso bem-estar e isto inclui tratar bem do cabelo diariamente, e não apenas quando os problemas já são visíveis. Não se descuide!

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
24 de Abril de 2024

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