Poucos são os condutores que sabem que os medicamentos, embora necessários para o bem-estar das pessoas, podem, nalgumas situações, prejudicar o seu desempenho físico e psíquico.
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Os picos de açúcar no sangue, que podem persistir por duas horas após uma refeição (ou mais), podem causar uma resposta inflamatória - mesmo naqueles que não são diabéticos.
E os danos para o organismo resultantes destes picos são vários, desde desenvolvimento de cataratas, problemas nos rins e endurecimento dos tecidos cardíacos e arteriais, que aumenta o risco de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e insuficiência cardíaca.
Esses picos também podem levar à ocorrência de um processo conhecido como glicação, que acelera o processo de envelhecimento.
Um estudo controlado por placebo de 2014 que avaliou um grupo de pacientes com intolerância moderada à glicose mostrou que a ingestão de 200 miligramas de extrato de maqui meia hora antes de uma refeição de arroz fizeram com que os níveis de insulina subissem mais lentamente e atingissem o pico em níveis mais baixos.
O extrato de maqui reduziu os níveis de glicose em 15 por cento e os níveis de insulina em 56 por cento no espaço de uma hora.
Os cientistas acreditam que os benefícios do extrato de maqui para a saúde se devem à presença de fitoquímicos chamados delfinidinas. Esses compostos potenciam a ação do GLP-1, ou peptídeo semelhante ao glucagon, uma hormona que atrasa o esvaziamento do estômago, diminui a glicemia pós-refeição e modera os picos de insulina.
Um segundo estudo, publicado em 2016 na revista BioMed Research International, confirmou os efeitos de estabilização do açúcar no sangue proporcionados pelo consumo de extrato de maqui.
Um tipo de extrato de maqui denominado Delphinol, administrado uma hora antes dos testes orais de tolerância à glicose, reduziu significativamente o açúcar no sangue e a insulina. A equipa de investigadores acredita que o extrato poderá funcionar melhorando a sensibilidade à insulina.
Já outra investigação mostrou que os extratos de maqui, administrados durante 90 dias, reduziram os níveis de A1c em indivíduos pré-diabéticos após 60 dias. E um outro estudo com animais demonstrou que os extratos de maqui reduziram os níveis de glicose no sangue em jejum de forma tão significativa que os roedores diabéticos alcançaram valores indistinguíveis de ratos saudáveis, não diabéticos.
A baga de maqui (Aristotelia chilensis) é originária da região de floresta temperada no sul do Chile. A intensa coloração roxa escura das suas bagas revela o alto teor de antocianinas, pigmentos vegetais naturais com fortes efeitos antioxidantes, que contém.
As bagas de maqui são um dos alimentos mais ricos em antioxidantes, apresentando 27 600 unidades por 100 gramas na Escala de Capacidade de Absorção Radical de Oxigénio (ORAC) - uma pontuação que as coloca à frente do Açaí.
Num estudo publicado em 2015 no Journal of American College of Nutrition, os cientistas descobriram que o extrato de maqui Delphinol reduziu os níveis de stress oxidativo em vários grupos de participantes - incluindo adultos saudáveis, fumadores adultos e pessoas com excesso de peso.
As bagas de maqui também apresentam propriedades anti-inflamatórias que, em estudos já realizados, demonstraram ajudar a inibir a COX-2 - uma enzima pró-inflamatória.
Podem ainda diminuir a pressão arterial, melhorando a função dos vasos sanguíneos e mantendo a saúde dos revestimentos arteriais. Além disso, ajudam a reduzir os níveis de colesterol LDL prejudicial e podem até mesmo promover a perda de peso e retardar o declínio cognitivo.
Embora as bagas frescas de maqui não estejam facilmente disponíveis, é possível comprá-las desidratadas ou em pó. Estão ainda disponíveis em forma de sumo e extrato.
