A Reino Unido anunciou que vai financiar 126 projetos contra a solidão, que receberão, cada um, cerca de 100 mil libras. No âmbito de um desses projetos, os voluntários vão a aldeias remotas numa carrinha para servir café, chá e bolos caseiros.

O veículo vai transformar-se num espaço móvel para levar informações sobre serviços a que os idosos têm direito, mas também proporcionar conversa, apoio e calor humano. Há ações voltadas para outros segmentos, como mulheres de origem paquistanesa ou jovens LGBT, uma vez que essa epidemia “oculta” não afeta apenas as pessoas idosas, descreve o jornal The Guadian.

Em janeiro de 2018, a primeira-ministra britânica, Theresa May, tinha já criado uma secretaria especial, com status de ministério, justamente para lutar contra a solidão, que vem ganhando proporções epidémicas.

Atualmente, a solidão é vista como tão nociva para a saúde quanto a obesidade e o hábito de fumar, e está associada ao aumento do número de casos de demências e mortes prematuras.

De acordo com a Cruz Vermelha Britânica, numa população de quase 66 milhões de pessoas, nove milhões dizem viver permanentemente ou frequentemente sozinhas.

Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, publicaram um estudo que concluiu que a solidão pode ser particularmente aguda em três fases da vida: perto dos 30 anos, por volta dos 50 anos e no final dos 80.

A médica geriatra Ellen Lee, que participou na investigação, afirmou que, embora a solidão esteja associada a fatores negativos, como o consumo abusivo de substâncias como álcool e drogas, saúde debilitada e prejuízo cognitivo, a pesquisa ajudou a mapear características que “protegem” os indivíduos da solidão, como a empatia, compaixão, capacidade de reflexão e controlo emocional.