ALIMENTAÇÃO

Hábitos para manter a forma mais populares podem não ser saudáveis

Muitos hábitos alimentares do mundo fitness podem não ser tão benéficos para a saúde como se pensa. Nos últimos anos, muitas novas tendências de saúde surgiram. Por exemplo, a variedade de produtos sem glúten aumentou consideravelmente e muitos parecem obcecados com a tendência, embora o ser humano não precise de eliminar este componente da sua alimentação, caso não seja intolerante.

Hábitos para manter a forma mais populares podem não ser saudáveis

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Outra tendência é a de incluir excesso de proteína na dieta alimentar, que leva a que muitos exagerem na dose.

Embora esses hábitos (ou tendências) sejam aconselhados como benéficos para a saúde, alguns deles podem acabar por ser prejudiciais.

As pessoas estão também cada vez mais cientes dos benefícios de ter um estilo de vida saudável e também estão cada vez mais expostas a novas modas e tendências alimentares para manter a forma e a saúde. Contudo, é importante saber avaliar de forma crítica alguns hábitos de dieta para não correr riscos.

Uma das modas no campo da alimentação é ingerir alimentos com zero gordura. A maioria das pessoas pensa que uma dieta baixa ou zero em gordura é o segredo para perder peso. No entanto, gorduras saudáveis (como as presentes em nozes e abacate) não só podem como devem constituir 20 a 35 por cento da ingestão calórica diária.

Uma dieta com baixo teor de gordura pode causar problemas de saúde, incluindo deficiências nutricionais, fadiga e problemas de pele. Além disso, para compensar o défice de gordura num produto, os fabricantes tendem a adicionar mais açúcar e aditivos alimentares.

Os sumos detox também outra tendência. Essas bebidas tornaram-se populares nos últimos dois anos, pois prometem ajudar a desintoxicar o sistema digestivo e promover uma sensação geral de bem-estar.

Contudo, é preciso ter em atenção que o corpo tem as suas próprias estratégias para eliminar toxinas e muitos desses sumos são pobres em proteínas e outros nutrientes essenciais.

Efeitos colaterais dos sumos detox podem incluir excesso de gases, inchaço, diarreia e função imunológica fraca, de acordo com relatório publicado pela Harvard Medical School.

Contar calorias é uma das velhas tendências. Para muitas pessoas, fazer dieta significa, geralmente, contar calorias e reduzir o seu consumo. Mas esse processo de perda de peso precisa ser considerado com cuidado, pois o corpo pode reagir negativamente.

Ao adotar uma dieta extrema, com um nível muito baixo de calorias, pode forçar o corpo a entrar no "modo de fome" e retardar o metabolismo. Isso pode levar a sintomas como deficiências nutricionais, compulsão alimentar, alterações de humor e aumento do stress.

Ingerir suplementos de vitaminas e minerais. Muitas pessoas que sofrem de deficiências nutricionais têm que tomar suplementos (principalmente os vegans que consomem suplementos de vitamina B12).

No entanto, esses tipos de suplementos não devem ser vistos como substitutos do valor nutricional encontrado nos alimentos. Além disso, o organismo sofre um esforço para processar grandes doses de nutrientes, que podem ser tóxicos, causando problemas como vómitos, diarreia e visão turva.

Usar plástico para suar mais. Alguns métodos, já vistos como "milagrosos", podem ter mais contras do que prós para o processo de emagrecimento. Um exemplo é envolver a barriga em filme plástico, durante o treino, para suar mais.

O problema deste método é que permite eliminar grandes quantidades de líquido, mas não de gordura. O excesso de perda de líquidos pode levar à fraqueza e tontura. Manter-se hidratado é essencial para a saúde e bem-estar.

Dieta sem hidratos de carbono. Esse tipo de regime alimentar costuma ser anunciado como a melhor forma de perder peso. Livrar-se dos hidratos de carbono de baixo teor nutritivo é sempre uma boa ideia, mas cortar nos hidratos de carbono de todo da dieta não é saudável, muito menos recomendado.

Os hidratos de carbono refinados podem ser facilmente substituídos por alimentos ricos em fibras e integrais que o manterão saciado por mais tempo e otimizarão as funções do cérebro e do corpo. O indicado é optar por hidratos de carbono complexos, como batata-doce, frutas vermelhas, feijões e farinha de aveia.

Seguir uma dieta de alimentos crus. Dietas baseadas apenas em ingredientes crus, como frutas e legumes frescos, podem ser extremamente saudáveis. Mas uma dieta como esta pode também ser deficitária em nutrientes importantes. Alguns nutrientes são mais facilmente absorvidos quando cozidos, como o betacaroteno das cenouras.

Aqueles que seguem uma dieta de alimentos crus acabam por consumir muito mais gordura (de abacate e nozes, por exemplo), mas menos proteína. É uma dieta que, muitas vezes, carece de cálcio e vitaminas B12 e D, que são essenciais para manter os níveis de energia e ossos saudáveis.
Dieta rica em proteínas. A proteína fornece aminoácidos essenciais que são importantes para a saúde óssea e crescimento muscular. Mas há um limite para o seu consumo.

A ingestão excessiva de proteínas tem sido associada ao ganho de peso, desidratação, constipação e problemas cardiovasculares.

Alimentação sem glúten. O glúten é uma proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio. Dietas sem glúten são essenciais para pessoas que sofrem de doença celíaca, que é uma enfermidade autoimune, pois o glúten desencadeia uma reação no intestino delgado.

Os produtos sem glúten têm sido promovidos como super saudáveis e úteis para aqueles que estão a seguir um programa de perda de peso. O problema é que os alimentos sem glúten são, muitas vezes, cheios de ingredientes processados como farinha de arroz branco e carecem de certos nutrientes necessários para o corpo.

Crossfit. A modalidade é uma das mais populares da atualidade. Embora uma sessão monitorizada por um profissional possa ser muito benéfica, a velocidade e a intensidade são geralmente priorizadas em relação à técnica.

Como o Crossfit é uma atividade de grupo, as necessidades individuais específicas tendem a ser negligenciadas e uma lesão pode vir a ocorrer. Além disso, de acordo com o HuffPost, a modalidade está associada à rabdomiólise - uma condição provocada pela "quebra" das células musculares.

Fármacos naturais. As pessoas normalmente consideram que os fármacos naturais ou feitos à base de ervas são sinónimo de um estilo de vida saudável, mas não só há poucas evidências científicas dos benefícios dos medicamentos naturais, como alguns deles podem ter efeitos colaterais prejudiciais. Antes de optar por qualquer tipo de medicamento, é sempre aconselhável consultar o médico.

Dieta intermitente. Seguir uma dieta saudável e equilibrada durante uns dias e escolher um dia específico, normalmente ao fim de semana, para comer sem limites alimentos pouco saudáveis e ricos em gorduras, sal e açúcar também não é uma boa opção.

O principal problema é que há um exagero na dose, como se a pessoa quisesse compensar tudo o que restringiu durante a semana, o que leva a picos de compostos prejudiciais para a saúde no organismo.

Bebidas desportivas. Isotónicos como o Gatorade ajudam a cumprir um plano de treino pesado, mas esses produtos apresentam efeitos colaterais.

Além de terem grandes quantidades de açúcar, o seu consumo também está associado ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, como mostrou um estudo da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.

Chás detox. A ingestão desse tipo de chás tornou-se uma tendência popular por, supostamente, trazer benefícios para a saúde, incluindo a promessa de eliminar a barriguinha e melhorar o funcionamento do sistema digestivo.

No entanto, alguns desses chás têm sido associados a alguns efeitos colaterais, como constipação intestinal, uma vez que o ingrediente laxante dessas bebidas pode desencadear um efeito adverso no sistema digestivo.


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