ALBUMINÚRIA, CAUSAS E TRATAMENTO

ALBUMINÚRIA, CAUSAS E TRATAMENTO

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Albuminúria, também designada por proteinúria, é a condição patológica em que a albumina está presente na urina com valores anormalmente elevados, o que pode corresponder a um indicador de alterações renais, hipertensão ou diabetes.

A albumina é uma proteína produzida pelo fígado e que está presente no sangue, desempenhando inúmeras funções primordiais para o bom funcionamento do nosso corpo, designadamente no transporte de hormonas, vitaminas, ácidos gordos e medicamentos, além de ajudar a manter o equilíbrio osmótico do organismo e a pressão sanguínea. A albumina é uma molécula pequena e é uma das primeiras a ser detetada em caso de existência de uma lesão renal.

Rins

Os rins têm por função primordial filtrar o sangue, eliminando os elementos que podem ser prejudiciais e retendo todos os que são indispensáveis para o organismo, mas por se tratar de um filtro, por vezes permitem que as proteínas o atravessem, causando um aumento anormal na quantidade de proteína na urina, geralmente a albumina, principal proteína plasmática circulante na corrente sanguínea.

Em média, um adulto excreta 100mg/dia de proteína por via urinária, porém quando essa taxa é repetidamente superior a 150mg/dia, considera-se estar associada a degradação do desempenho renal, sendo geralmente sujeita a avaliação formal como marcador precoce de doença e desempenhando um importante papel na triagem, diagnóstico e monitorização das doenças renais. Estudos epidemiológicos demonstraram que a proteinúria é um fator de risco independente para eventos cardiovasculares e doença renal progressiva.

Uma das causas da albuminúria é a inflamação dos filtros renais, os chamados glomérulos, uma unidade funcional dos rins composta por um conjunto de capilares envolvidos por uma membrana através da qual se produz a filtração do sangue e eliminação dos resíduos metabólicos, a que se dá o nome de nefrite. A hipertensão arterial e a diabetes são os dois principais fatores de risco da albuminúria, pois podem danificar os filtros renais, que a idade avançada, o excesso de peso e determinados antecedentes familiares podem agravar.

A doença cardiovascular é também um outro fator que está relacionada com a albuminúria, pois os vasos sanguíneos danificados podem conduzir à falência cardíaca, a uma trombose cerebral ou a insuficiência renal. Verificam-se, no entanto, algumas situações de proteinúria temporária ou transitória, que não significam necessariamente a existência de uma lesão renal significativa como, por exemplo, quando se segue a exercício físico intenso; quando ocorre somente durante uma infeção urinária; quando ocorre apenas com febre ou quando surge somente ao fim do dia, o que neste caso é designado por proteinúria ortostática.

Cientista

Como o próprio nome indica, na proteinúria ortostática, a quantidade de proteína na urina aumenta quando se está de pé e geralmente é observada maioritariamente entre as crianças e jovens mais altos e magros, em que a secreção de proteínas na urina ocorre principalmente durante o dia, quando os níveis de atividade são elevados, por isso, se a urina for recolhida pela manhã, não deverá conter proteínas.

Além das causas já referidas, existem algumas doenças e situações que podem provocar elevados níveis de proteína na urina de uma forma persistente, como sejam a amiloidose ou acumulação anormal de proteínas em vários órgãos, o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides, doença crónica ou infeção dos rins, doenças do coração, linfomas, diabetes, pressão alta, anemia falciforme, lúpus, malária e artrite reumatoide, além de também poder ocorrer em alguns casos de gravidez.

Por isso, a proteinúria pode ser o resultado de muitas e diversas situações, não sendo os sintomas especificamente relacionados com a presença de proteínas na urina, mas sim com as causas. Contudo, se a albuminúria for indicativa de doença renal, podem surgir outros sintomas relacionados como por exemplo enjoos e vómitos, diminuição na produção de urina, inchaço nos tornozelos e à volta dos olhos, sabor desagradável na boca, fadiga persistente, falta de ar e apetite, palidez, secura e comichão generalizada na pele, além de a urina poder mostrar-se espumosa e provocar sensação de ardor ao urinar.

O tratamento irá depender muito da causa ou causas da proteinúria, daí que deverá ser o médico urologista a fazer o diagnóstico correto e determinar com rigor o que está na origem da produção excessiva de proteína na urina.

Os níveis de proteína podem ser facilmente detetados na urina, por meio do exame de urina tipo 1, normalmente solicitado pelos médicos, para identificar eventuais alterações no sistema urinário e renal e que deve ser feito através de análise da primeira urina do dia, altura em que está mais concentrada. A recolha da urina para exame pode ser efetuada em casa, não obriga a que seja em jejum, mas deve ser entregue no laboratório para análise até duas horas após a recolha.

Ter em consideração que para reduzir os níveis de albuminúria, é preciso controlar a glicemia, a pressão arterial e o consumo de proteínas, pelo que, a orientação de um médico nefrologista e o acompanhamento de um nutricionista seria a forma mais aconselhável de o fazer.

Geralmente, os pacientes que apresentam proteinúria elevada respondem bem à medicação prescrita para a doença, porém, nos casos mais graves pode ser necessária a reposição de proteína, sendo também da máxima importância manter um controle permanente da pressão arterial e glicemia, dado que o aumento de pressão e de glicose no sangue pode agravar ainda mais a saúde dos rins.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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