DIABETES

Medicamento pode possibilitar nova vida a doentes com diabetes

Existem aproximadamente 425 milhões de pessoas em todo o mundo com diabetes. Aproximadamente 75 milhões injetam insulina diariamente, mas em breve poderão dispor de uma nova alternativa às seringas ou bombas de insulina. Um estudo publicado recentemente na revista Nature Nanotechnology permitiu descobrir uma nova forma de administrar insulina inteligente.

Medicamento pode possibilitar nova vida a doentes com diabetes

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A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL


A nova insulina pode ser ingerida em forma de cápsula ou, melhor ainda, dentro de um pedaço de chocolate. Dentro estão minúsculos nanotransportadores onde a insulina é encapsulada. As partículas têm 1/10.000 da largura de um fio de cabelo humano e são tão pequenas que nem se conseguem visualizar num microscópio normal.

Segundo o Professor Peter McCourt da Universidade Ártica da UiT Noruega, um dos investigadores envolvidos no estudo, esta forma de receber a insulina é mais precisa porque a disponibiliza rapidamente às áreas do corpo que dela mais necessitam. Quando se administra insulina com uma seringa, ela espalha-se por todo o corpo onde pode causar efeitos colaterais indesejados.

Muitos medicamentos podem ser tomados por via oral, mas até agora as pessoas tinham de injetar a insulina. O problema da insulina com nanotransportador é que ela decompõe-se no estômago e, portanto, não chega onde é necessária no corpo. Este tem sido um grande desafio para o desenvolvimento de um medicamento para a diabetes que possa ser tomado por via oral.

Mas esse desafio já foi resolvido. Os investigadores criaram um revestimento para proteger a insulina de ser decomposta pelo ácido estomacal e pelas enzimas digestivas no seu percurso através do sistema digestivo, mantendo-a segura até chegar ao destino, ou seja, o fígado.

O revestimento é então decomposto no fígado por enzimas que só ficam ativas quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, libertando insulina, que pode então atuar no fígado, nos músculos e na gordura para remover o açúcar do sangue. Isto significa que quando o açúcar no sangue está alto há uma libertação rápida de insulina e, mais importante ainda, quando está baixo nenhuma insulina é libertada.

Este método é mais prático e fácil para controlar a diabetes pois reduz muito o risco de ocorrência de hipoglicemia e permite a libertação controlada de insulina dependendo das necessidades do paciente, ao contrário das injeções onde toda a insulina é libertada de uma só vez.

A insulina oral foi testada em nematoides, ratinhos e, por último, em babuínos. Participaram no estudo 20 babuínos cujo açúcar no sangue baixou após receberem o medicamento. Agora falta testar o novo método em humanos.

Os ensaios em humanos terão início em 2025. Os ensaios clínicos são realizados em 3 fases; no ensaio de fase I, será investigada a segurança da insulina oral e analisada criticamente a incidência de hipoglicemia em pacientes saudáveis e diabéticos tipo 1. A equipa está muito entusiasmada para ver se se podem reproduzir em humanos os resultados de ausência de hipoglicemia observados nos babuínos, pois isso seria um grande passo em frente.

Depois desta fase já se saberá que é seguro para humanos e a investigação prossegue para descobrir como pode substituir as injeções em pacientes diabéticos nos ensaios de fase 2. Os investigadores têm esperança de que o novo medicamento esteja disponível para uso por todos dentro de dois a três anos.

Fonte: Tupam Editores

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