DIABETES

Dormir pouco aumenta risco de desenvolver diabetes tipo 2

Um estudo levado a cabo na Universidade de Uppsala, na Suécia, demonstrou que os adultos que dormem apenas três a cinco horas por dia correm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 (DT2). Ficou provado ainda que a privação crónica do sono não pode ser compensada apenas com uma alimentação saudável.

Dormir pouco aumenta risco de desenvolver diabetes tipo 2

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A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL


No estudo, publicado no JAMA Network Open, Christian Benedict, investigador do sono, e uma equipa de cientistas examinaram a ligação entre DT2 e privação de sono.

A DT2 afeta a capacidade do organismo de processar açúcar (glicose), dificultando a absorção de insulina e resultando em níveis elevados de açúcar no sangue. Com o tempo, a doença pode causar danos graves, especialmente nos nervos e nos vasos sanguíneos, representando assim um problema crescente de saúde pública a nível mundial.

Investigações anteriores haviam revelado que ter um sono curto habitualmente aumenta o risco de DT2, enquanto hábitos alimentares saudáveis, como ingerir regularmente frutas e vegetais, podem reduzir o risco. No entanto, ainda não está claro se as pessoas que dormem pouco podem reduzir o risco de desenvolver DT2 através de uma alimentação saudável.

Os dados derivados da investigação de base do Biobanco do Reino Unido (2006-2010) foram analisados para este estudo de coorte entre 1 de maio e 30 de setembro de 2023. A associação entre a duração do sono e padrões alimentares saudáveis com o risco de DT2 foi investigada durante cerca de 12,5 anos.

Para a análise, 2.47.867 participantes foram divididos em 4 grupos de duração do sono: normal (7-8 horas por dia), levemente curta (6 horas por dia), moderadamente curta (5 horas por dia) e extremamente curta (3-4 horas por dia). Os seus hábitos alimentares foram avaliados com base no consumo específico da população de carne vermelha, carne processada, frutas, vegetais e peixe, resultando numa pontuação de dieta saudável que variava de 0 (mais insalubre) a 5 (mais saudável).

Os participantes tinham uma idade média de 55,9 anos e 52,3% eram mulheres. Durante o acompanhamento, 3,2% dos participantes foram diagnosticados com DT2 com base em dados de registo hospitalar.

A análise de regressão de Cox, ajustada para variáveis de confusão, indicou um aumento significativo no risco de DT2 entre os participantes com 5 horas ou menos de sono diário. Em contrapartida, hábitos alimentares saudáveis levaram a um menor risco de desenvolver a doença, mas mesmo os indivíduos que comiam de forma saudável, mas dormiam menos de seis horas por dia, ainda apresentavam maior risco de DT2.

Os resultados deste estudo são os primeiros a questionar se uma dieta saudável pode compensar a falta de sono em termos do risco de DT2. Segundo Benedict, as conclusões não devem causar preocupação, mas ser um lembrete de que o sono desempenha um papel importante na saúde.

Fonte: Tupam Editores

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