Mas ainda não está claro se as pessoas com grande quantidade de gordura castanha realmente têm saúde melhor. Para avaliar esta questão, o investigador Tobias Becher e os seus colegas da Universidade Rockfeller, nos Estados Unidos, analisaram a gordura castanha em pacientes que já realizaram exames PET por diversas razões.

Os dados apurados mostraram que entre os mais de 52 000 voluntários analisados, aqueles que tinham gordura castanha detetável eram menos propensos a sofrer de doenças cardíacas e metabólicas, que incluem diabetes tipo 2 e doença arterial coronária, que é uma grande causa de morte a nível mundial.

Os investigadores analisaram 130 000 tomografias PET realizadas a mais de 52 000 pacientes e descobriram a presença de gordura castanha em quase dez por cento deles.

Os cientistas acreditam que esse percentual não é representativo da população porque os pacientes tinham sido instruídos a evitar a exposição ao frio, exercícios físicos e cafeína, fatores que parecem aumentar a atividade da gordura castanha.

Várias doenças comuns e crónicas foram menos prevalentes entre as pessoas com gordura castanha detetável. Por exemplo, apenas 4,6 por cento tinham diabetes tipo 2, em comparação com 9,5 por cento das pessoas que não tinham gordura castanha detetável. Da mesma forma, 18,9 por cento tinham colesterol anormal, em comparação com 22,2 por cento naqueles sem gordura castanha.

Além disso, o estudo revelou, pela primeira vez, mais três condições que as pessoas com gordura castanha têm menor risco de desenvolver: hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva e doença arterial coronária.

Outra descoberta surpreendente foi que a gordura castanha pode atenuar os efeitos negativos da obesidade na saúde. Em geral, pessoas obesas apresentam risco aumentado de doenças cardíacas e metabólicas, mas os cientistas descobriram que, entre pessoas obesas com gordura castanha, a prevalência dessas condições era semelhante à das pessoas não obesas.