Imagens de crianças com doenças graves, como sarampo, poliomielite e tosse convulsa, fazem parte de uma campanha a nível nacional promovida pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que tem por objetivo apelar a todos os portugueses para se vacinarem “na altura certa”.
“Vale a pena vacinar!” é o conceito que preside à campanha de sensibilização do Programa Nacional de Vacinação em curso, com o objetivo de reforçar a mensagem de que só a vacinação pode proteger contra doenças conhecidas.
De uma maneira geral a grande maioria dos portugueses vacinaram-se e vacinaram os seus filhos no tempo certo e, 50 anos depois da implementação do Programa Nacional de Vacinação, não há praticamente ninguém em Portugal que não tenha sido alguma vez vacinado e com isso muitas doenças foram eliminadas.
Talvez por isso, pelo facto dos portugueses já não recordarem doenças como a poliomielite, o tétano a tosse convulsa e o sarampo, doenças erradicadas ou controladas, mas que tantas vítimas causaram no passado, a tendência é abrandar ou mesmo cair no desmazelo, relegando a vacinação para o esquecimento, senão para o abandono, esquecendo que poderão estar novamente em risco se não se vacinarem e aos seus filhos.
Recorde-se, por exemplo, as notícias ainda recentes de alastramento pela Europa de uma epidemia de sarampo, que embora não tivessem vindo alterar o quadro de vacinação previsto, obrigaram à tomada de precauções adicionais, no sentido de prevenir a sua disseminação, dado tratar-se de uma doença que pode propagar-se e evoluir rapidamente no mau sentido.
Tipos de vacina
A vacina é uma preparação biológica de uma qualquer substância ou microrganismo que, ao ser inoculada no indivíduo, lhe confere imunidade contra uma doença específica. Etimologicamente, no sentido restrito, vacina (do latim vaccinae, “de vaca”), designava uma doença infectocontagiosa que aparecia no gado vacuum, sob a forma de pústulas, cuja transmissão acidental ao homem lhe conferia proteção contra a varíola.
Normalmente a vacina é considerada um agente antigénico que ao ser introduzido no organismo, por via oral ou injetável, gera imunidade a determinadas doenças, e que podem ser classificadas em vacinas vivas atenuadas e vacinas mortas ou inativadas.
Nas vacinas vivas atenuadas, o microrganismo (bactéria ou vírus), obtido a partir de um indivíduo ou animal infetado, é atenuado por passagens sucessivas em meios de cultura ou culturas celulares. Esta atenuação reduz o seu potencial infecioso. O microrganismo mantém a capacidade de se multiplicar no organismo da pessoa vacinada (não causando doença), mas antes induzindo uma resposta imunitária adequada.
Embora sejam classificadas farmacologicamente como medicamentos, as vacinas apresentam diferenças significativas em relação aos fármacos clássicos. A nível da ação, a vacina atua de forma preventiva e o medicamento é terapêutico; na vacina, o benefício é individual e a proteção e efeito não são percetíveis, pois o indivíduo não contrai a doença; no medicamento, o benefício é apenas individual e o efeito é visível porque normalmente ocorre melhoria do quadro clínico.
Apesar de as vacinas comportarem um elevado grau de eficácia, segurança e qualidade, podem nalgumas circunstâncias provocar efeitos inesperados. O desencadeamento de reação adversa ou efeito secundário é um acontecimento não previsto e distinto do objetivo primário da vacina, que ocorre após a sua administração. As reações adversas mais comuns são dor, edema, eritema e rubor no local da injeção e febre, fadiga, irritabilidade, dor muscular e cefaleias.
Desde o século passado que se têm registado contínuos avanços nos vários tipos de vacinas. No início do século XX foram desenvolvidas vacinas contra doenças infecciosas como a tuberculose, difteria, tétano e febre amarela e depois da segunda guerra mundial, contra a poliomielite, o sarampo, a papeira e rubéola. A nível global, estão atualmente disponíveis para utilização pelos serviços de saúde dos vários países, mais de 50 tipos de vacina.
Com a utilização de amplos recursos e pessoal experiente, a última manifestação de varíola foi contida a 26 de outubro de 1977 e declarado o mundo livre da varíola, o que foi considerado até agora um dos maiores sucessos das campanhas realizadas pela Organização Mundial de Saúde.
Vacinar ou não vacinar
As vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação são universais, gratuitas e não obrigatórias, muito embora sejam fortemente recomendadas pelas entidades de saúde, porque é a medida que tem a melhor relação custo-benefício em questões de saúde.
São também o meio mais eficaz e seguro de proteção contra determinadas doenças, mesmo quando não proporcionam imunidade total, já que o indivíduo vacinado permanece com maior capacidade de resistência na eventualidade de ser atingido pela doença. No entanto, para se ficar protegido não basta uma única vacina, sendo em geral necessário receber várias doses para se tornar eficaz. Em algumas situações especiais as doses de reforço tornam-se necessárias por vezes ao longo de toda a vida.
Além da proteção individual, a vacinação traz também benefícios para toda a comunidade, pois é mais fácil interromper a transmissão da doença quando a maioria da população está vacinada.
Portugal tem uma das melhores taxas de vacinação do mundo. Todavia, ainda existem alguns grupos minoritários, um pouco por toda a Europa e Estados Unidos, que optam por não se vacinar ou aos seus filhos por acharem ser uma “aberração” inocular doenças em crianças logo que nascem, forçando os seus corpos a reagir a fim de ganharem imunidade. Além disso, estes grupos antivacinação defendem que as crianças devem crescer e fortalecer o seus sistemas imunitários gradualmente, de forma natural, e com um mínimo possível de interferências artificiais.
A vacinação é considerada uma das intervenções médicas mais bem sucedidas e eficientes de sempre em termos de custo-benefício, tendo já salvado mais vidas do que qualquer outra intervenção clínica, e tendo registado em Portugal no último ano, segundo o Boletim do PNV, um elevado nível de coberturas vacinais, iguais ou superiores a 95 por cento para as vacinas em geral e cerca de 85 por cento para a vacinaHPV (papiloma vírus humano).
Independentemente das questões de ordem jurídico-constitucionais, a questão em debate é saber se a vacinação deverá ou não tornar-se obrigatória, tendo em consideração o potencial desenvolvimento de epidemias entre as pessoas não vacinadas e a necessidade de prevenção/proteção da saúde pública. As estatísticas mostram bem a diminuição até próximo de zero do número de mortos por doenças como tuberculose, meningites bacterianas, difteria, poliomielite, tétano, sarampo e outras que no passado vitimaram milhares de pessoas.
PNV – 2017
Em janeiro de 2017 entrou em vigor em Portugal um Novo Programa Nacional de Vacinação, no qual é sublinhada a importância da vacinação ao longo do ciclo de vida, introduzindo novos esquemas vacinais gerais em função da idade e do estado vacinal anterior e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais. Assim, de entre as principais alterações ao Plano , são de destacar:
– Aos 2 e aos 6 meses de idade a vacina contra hepatite B, a vacina contra a doença invasiva por Haemophilus influenzae, a vacina contra a difteria, tétano e tosse convulsa e a vacina contra a poliomielite, são administradas com uma vacina hexavalente;
– Aos 5 anos de idade faz-se a segunda dose de vacina combinada contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola;
– Aos 10 anos de idade, as raparigas fazem a primeira dose de Hpv9 (vacina contra infeções por vírus do Papiloma humano de 9 genótipos);
– As mulheres grávidas, entre as 20 e as 36 semanas de gestação, são vacinadas contra a tosse convulsa com a vacina contra o tétano, difteria e tosse convulsa;
– Os reforços da vacina contra o tétano e difteria em adolescentes e adultos, ao longo da vida, são alterados: a primeira dose aos 10 anos de idade, continuação com reforços aos 25, 45, 65 anos de idade, e posteriormente, de 10 em 10 anos.
– Às pessoas com risco acrescido para determinadas doenças, recomendam-se ainda as vacinas: contra tuberculose, infeções por Streptococus pneumoniae e doença invasiva por Neisseria meningitidis.
A propósito da Semana Europeia da Vacinação 2018 e dos recentes surtos de sarampo na Europa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que o preço a pagar pela não vacinação é visível, colocando a tónica nas desigualdades na cobertura vacinal, que são portas de entrada para doenças contagiosas, permitindo que se transmitam entre indivíduos não vacinados.
O evento, que decorreu na última semana de abril, e em que a DGS se associou à Organização Mundial da Saúde (OMS), teve como lema «As vacinas funcionam: proteja-se a si e aos que o rodeiam de doenças graves» visando reforçar a ideia de que a vacinação é um direito individual e uma responsabilidade de todos. Assim, não é demais lembrar que «As Vacinas salvam Vidas».
A Direção-Geral da Saúde recomenda que se verifique o boletim de vacinas, que já está disponível na área do cidadão no Portal SNS e na app My SNS.
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A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.