PAPEIRA

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DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Popularmente conhecida por papeira, a parotidite epidémica é uma doença viral causada pelo vírus paramyxovirus que se transmite por via respiratória, através de gotículas de saliva ou nasais e por contacto direto, provocando inchaço de uma ou de ambas as glândulas parótidas produtoras da saliva, que se encontram na zona da mandíbula, imediatamente abaixo de cada ouvido.

Os sinais e sintomas iniciais mais comuns são febre elevada, cansaço fora do comum e dores de cabeça e musculares, a que se seguem sintomas de inflamação dolorosa de uma ou mais glândulas salivares das parótidas. Geralmente esses sintomas têm início entre 16 e 18 dias após exposição ao vírus e desaparecem ao fim de sete a dez dias.

Em adultos, os sintomas são muitas vezes mais graves do que em crianças, mas em cerca de um terço das pessoas os sintomas são geralmente ligeiros ou nem sequer chegam a manifestar-se. Porém, entre as possíveis complicações estão outras doenças graves como a meningite, surdez permanente, pancreatite e inflamação dos testículos, que embora menos comum pode provocar infertilidade. Por outro lado, embora as mulheres também possam desenvolver uma inflamação nos ovários, isso não afeta o risco de infertilidade.

A papeira é uma doença predominantemente benigna para as crianças, mas potencialmente grave no caso dos adultos. Todavia, é passível de prevenção com um grau de eficácia de cerca de 99 por cento, através de vacinação gratuita e segura, incluída no Programa Nacional de Vacinação, que embora na generalidade não seja obrigatória é fortemente recomendada.

No PNV, a vacina contra a parotidite epidémica é combinada com as vacinas contra a rubéola e o sarampo, sendo aplicada em duas doses, a primeira aos doze meses de idade e a segunda aos cinco anos e que, além de prevenir a doença na idade adulta, reduz a sua incidência, mantendo-a controlada e promovendo a imunidade de grupo.

A papeira é uma doença altamente contagiosa e propaga-se rapidamente entre as pessoas que partilham espaços comuns, devido às formas de transmissão do agente infecioso, onde se inclui a respiração, apenas é transmitida pelo ser humano, e as pessoas infetadas tornam-se contagiosas desde cerca de sete dias antes do início dos sintomas até oito dias depois. Uma vez debelada a infeção, normalmente a pessoa fica imune para toda a via e, muito embora possa ocorrer nova infeção, as infeções posteriores tendem a ser ligeiras e sem consequências de maior.

Estima-se que sem vacinação, entre 0,1% e 1% da população mundial possa ser infetada com a parotidite, em particular nos países em vias de desenvolvimento, onde os programas de vacinação são menos frequentes. Antes da introdução das vacinas, a papeira era uma doença infantil muito comum em todo o mundo e geralmente ocorriam surtos de grande dimensão a cada dois a cinco anos, sendo as crianças entre os cinco e nove anos de idade as mais atingidas. Porém, com introdução em massa das vacinas, a prevalência da doença foi reduzida em mais de 90%.

Em Portugal, apesar de a doença afetar com maior frequência as crianças em idade escolar, sobretudo entre os dois e os nove anos, e também jovens adultos, a papeira pode surgir em qualquer idade, registando-se uma média de 150 casos por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo a ausência de vacinação o principal fator de risco para a população em geral, incluindo os profissionais de saúde, que também deverão estar protegidos com a vacina.

Em situações de infeção que atinja em simultâneo um conjunto de indivíduos que coabitam o mesmo espaço, como por exemplo escolas, campos de férias, grupos desportivos ou similares, a disseminação do vírus poderá atingir um maior número de pessoas e criar surtos da doença, pelo que é necessária a intervenção das autoridades de saúde pública para avaliar as potenciais complicações e tomar medidas para conter o surto.

Os médicos especialistas são geralmente unânimes ao afirmarem que não há terapêutica específica para a infeção provocada pelo paramyxovirus, referindo que a doença é autolimitada, querendo significar que a terapêutica deverá consistir em medidas gerais de suporte, no sentido de reduzir os sintomas.

Nos casos em que não ocorram complicações após a fase aguda da doença e desde que o doente siga as orientações dos profissionais de saúde, resultantes do controlo clínico necessário e indispensável nestes casos, geralmente verifica-se uma evolução progressiva de melhoria do quadro clínico, com os sintomas a regredirem após a fase mais aguda da doença, por um período de cerca de 10 dias.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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