O QUE É CATALEPSIA?

O QUE É CATALEPSIA?

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Catalepsia (do grego, katálepsis), é a síndrome esquizofrénica caraterizada pela suspensão total ou parcial da sensibilidade externa e dos movimentos voluntários, com rigidez muscular e conservação dos membros na posição em que foram colocados por terceiros, em tudo semelhante ao estado de rigidez pós-morte.

É um dos sintomas menos comuns de catatonia, em que o distúrbio deixa a pessoa sem se poder movimentar devido à paralisia e rigidez muscular, impedindo-a de mexer os membros e a cabeça, e incapacitando-a para falar, em estado de aparente ausência de resposta a estímulos externos, em indivíduo que parece estar acordado. Todavia, todos os seus sentidos e funções vitais continuam a funcionar normalmente, o que pode causar sensação de pânico e ansiedade extrema.

A catalepsia patológica é uma doença rara, mas na maioria das vezes transitória, na qual não se verificam contrações não obstante os músculos se apresentem rígidos, e em que a pessoa permanece a todo o tempo consciente, podendo ficar horas, dias ou em casos extremos semanas, nessa situação. Em alguns casos os eventos de catalepsia podem ser confundidos com a morte, dado que a respiração também é afetada.

No passado não muito longínquo, era comum a existência de relatos de pessoas que diziam ter presenciado ou ouvido falar de casos de indivíduos declarados mortos que teriam acordado durante o velório por poderes sobrenaturais, impressão da época só possível devido à ausência dos recursos tecnológicos hoje disponíveis para diagnóstico de estados patológicos como o causado pela catalepsia e outras doenças, mormente do foro mental e psiquiátrico.

Neste tipo de doença neurológica o corpo da vítima fica com o aspeto de uma figura de cera, dado que há plasticidade motora, isto é, os seus músculos podem ser movidos para qualquer direção, aí permanecendo até que o paciente recupere do distúrbio. Para agravar ainda mais a situação da vítima, em estado cataléptico, o doente permanece consciente de tudo o que o rodeia, mas devido ao facto de ter as funções vitais desaceleradas não consegue reagir fisicamente.

As causas da catalepsia ainda permanecem desconhecidas, contudo, segundo um recente estudo publicado pelo jornal médico Plos One, o distúrbio apresenta uma prevalência na população em geral que pode variar entre menos de 10% a mais de 40%, dependendo das ferramentas de triagem usadas e do recrutamento dos participantes, sendo também possível a ocorrência de episódios isolados na adolescência ou em associação com a privação de sono, ingestão de álcool, stresse, drogas e sono irregular.

Acredita-se ainda que esta doença pode ser desencadeada por fatores genéticos, em indivíduos portadores de uma maior predisposição para desenvolver a doença e também por problemas congénitos em que se verifica má formação em alguma região específica do cérebro. Além disso, pode também surgir como resultado de múltiplas outras doenças do foro neurológico como a epilepsia, esquizofrenia, síndrome neuroléptica maligna, histeria, debilidade mental, depressão, trauma emocional grave, doença de Parkinson, ou ocasionada por traumatismo craniano, alcoolismo e intoxicação por determinada classe de narcóticos ou possíveis efeitos colaterais de fármacos antipsicóticos.

No passado, quando a patologia ainda não era compreendida pela medicina da época, muitos pessoas catalépticas foram enterradas vivas, na crença de que estavam realmente mortas, o que serviu para alimentar lendas que assombravam as populações. Historicamente, também a hipnose e a abdução ou sequestro por alienígenas estão associadas aos estados catalépticos.

Atualmente, para evitar as crises catalépticas através do relaxamento muscular e evitando o estado de imobilidade completa, são usados medicamentos benzodiazepínicos. No entanto, devido à ação sedativa das benzodiazepinas e por se tratar de um relaxante muscular, a sua administração causa efeitos colaterais indesejáveis como, sonolência, diminuição da concentração e em alguns casos tonturas.

Em casos estremos, em que o doente não responda bem à administração de medicamentos, o tratamento por eletroconvulsoterapia pode mostrar-se eficaz sendo, no entanto indispensável o acompanhamento por um neurologista. Considerar, entretanto, que não há cura para a catalepsia, uma vez que não se trata de uma doença, mas antes de fenómeno natural sendo, contudo, possível controlar os seus sintomas através de medicação e adaptações no estilo de vida.

Além dos tratamentos médicos, feitos basicamente com medicação e algumas alterações ao estilo de vida, o doente atingido pela doença deve procurar deitar-se e dormir todos os dias à mesma hora, incluindo aos fins de semana e fazer regularmente uma pequena soneca durante o dia, o que pode ajudar a reduzir a sonolência durante uma a três horas, evitar a nicotina e o álcool, pois a utilização dessas substâncias pode agravar os sinais e sintomas da narcolepsia, bem como fazer exercícios físicos regularmente, o que pode ajudar a regular o sono durante a noite e o dia.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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