Durante anos, investigadores estudaram como o microbioma do corpo afeta praticamente todos os aspetos da saúde humana, desde o sistema imunológico até ao bem-estar mental.

Agora, um estudo realizado em parceria pelas universidades de Maryland e Purdue, nos Estados Unidos, e várias instituições da Coreia do Sul, esclareceu como os alimentos que o ser humano ingere podem afetar os processos bioquímicos de sinalização no microbioma intestinal.

O estudo, publicado na revista Science Advances, foi um dos primeiros a relacionar os alimentos consumidos a um processo de sinalização bacteriana; este processo envolve a síntese de pequenas moléculas sinalizadoras, chamadas de auto-indutores (AI), que são segregadas por bactérias individuais, mas servem para coordenar as suas respostas.

Uma vez que o nível de AI atinge um limiar, os sinais de AI são transportados de forma intracelular, onde ativam a expressão génica e permitem respostas fenotípicas coordenadas.

Este último estudo identificou novas ligações entre a atividade de deteção do processo intercelular e o metabolismo do açúcar no intestino, usando o AI-2, um auto-indutor segregado por uma grande variedade de espécies de bactérias.

As bactérias usam o que é conhecido como o sistema de fosfotransferase de açúcar dependente de fosfoenolpiruvato (PTS) para a absorção de açúcares, incluindo glicose e frutose. A sinalização AI-2 depende de uma enzima conhecida como LsrK para a sua fosforilação.

A equipa de pesquisa descobriu que a LsrK se liga ao HPr, o que indica que a comunicação célula-célula sensível ao processo é muito influenciada pelo nível de glicose.

As descobertas do grupo sugerem que os alimentos consumidos e o nível de glicose do trato gastrointestinal resultante podem afetar os tipos de sinais que o microbioma encontra e também enviam para outras partes do corpo.