Estima-se que a diabetes afete um em cada 11 adultos em todo o mundo. Mesmo quando controlada, esta doença comum pode resultar em complicações que alteram a vida. Embora existam tratamentos disponíveis para pacientes que desenvolvem complicações microvasculares, como a retinopatia e a doença renal diabéticas, esses tratamentos não atrasam completamente a progressão da doença, podendo eventualmente levar à deficiência visual e à insuficiência renal, respetivamente.

No estudo, publicado na revista Cardiovascular Diabetology, os especialistas estavam interessados no revestimento protetor de todos os vasos sanguíneos, denominado glicocálice endotelial – que se sabe estar danificado na diabetes. A equipa mostrou, em dois modelos de ratinhos, que ao prevenir danos nessa camada protetora seria possível interromper o desenvolvimento de doenças oculares e renais diabéticas.

Este efeito consegue-se utilizando um “inibidor de heparanase”. A heparanase atua como uma tesoura, danificando o revestimento do glicocálice. Os inibidores da heparanase impedem que esse dano aconteça. A equipa de investigação desenvolveu uma nova classe desses medicamentos, que poderia ser desenvolvida com sucesso como medicamento para tratar pacientes.

Para Rebecca Foster, autora sénior do estudo, as descobertas são emocionantes pois revelam que um tipo de medicamento pode ser capaz de prevenir diferentes complicações diabéticas.

Atualmente estão em curso investigações para avançar na nova classe de inibidores para uso clínico. Mais de 8% da população adulta global vive atualmente com diabetes, pelo que a equipa espera que estes pacientes possam obter benefícios destas descobertas no futuro.