Na pré-diabetes os níveis de açúcar no sangue estão acima do normal, mas ainda não são suficientemente elevados para um diagnóstico de diabetes. A condição faz com que o risco de desenvolver doença renal crónica, doença cardíaca e AVC aumente. Todos os anos, cerca de 5% a 10% dos adultos com pré-diabetes desenvolvem diabetes.

Nas últimas três décadas registou-se um aumento acentuado da incidência e prevalência de obesidade infantil, pré-diabetes e DT2. Estima-se que pelo menos um em cada cinco adolescentes tenha pré-diabetes.

A população do estudo incluiu 552 crianças ≤18 anos de idade que haviam sido atendidas numa clínica pediátrica de 17 de maio de 2015 a 30 de agosto de 2022. Os investigadores constataram que 6,5% dos participantes pediátricos com pré-diabetes desenvolveram DT2 durante o período de sete anos do estudo.

A investigação permitiu identificar alguns fatores de risco, incluindo níveis mais elevados de HbA1C e de glicose fora do jejum, e agravamento da obesidade. Constatou-se ainda que os meninos progrediram mais comummente e mais rapidamente para a DT2 do que as meninas.

Segundo Ashley H. Shoemaker, do Vanderbilt University Medical Center, em Nashville, níveis mais elevados em determinados testes de rastreio de diabetes (glicemia sem jejum e hemoglobina A1c) e o agravamento da obesidade podem ser bons preditores do risco de diabetes nas crianças.

Para a autora do estudo, o trabalho destaca formas para identificar as crianças em maior risco de diabetes e possíveis estratégias para a prevenção da doença, como o tratamento com medicamentos antidiabéticos ou antiobesidade.

Os resultados permitiram concluir que os pacientes que tomavam metformina tinham níveis mais baixos de açúcar no sangue e progrediam mais lentamente para a diabetes. Por essa razão, Shoemaker considera que a estabilização do peso e a terapia com metformina podem ser intervenções importantes para a prevenção da diabetes em crianças.