DIABETES

FDA aprova novos medicamentos para tratar DT2 em crianças

Dois medicamentos que são usados há anos no tratamento da diabetes tipo 2 (DT2) em adultos foram agora aprovados pela FDA para tratar a condição em crianças de 10 anos ou mais.

FDA aprova novos medicamentos para tratar DT2 em crianças

DOENÇAS E TRATAMENTOS

A DIABETES, FANTASMA DA SOCIEDADE OCIDENTAL


A aprovação do Jardiance (empagliflozina) e do Synjardy (empagliflozina e cloridrato de metformina) dão origem a uma nova classe de medicamentos tomados por via oral para o tratamento da DT2 pediátrico, e vêem juntar-se à metformina, já aprovada desde 2000 para crianças com a doença.

A DT2 é uma doença crónica caracterizada pela resistência do organismo à insulina e aumento dos níveis de açúcar no sangue. Dados do estudo SEARCH for Diabetes in Youth dão conta de que nas crianças a doença aumentou 4,8% por ano entre 2002 e 2015. A manterem-se estas tendências, os números podem alcançar os 220.000 até 2060.

Segundo a Dra Michelle Carey, em comparação com os adultos, as crianças com DT2 têm opções de tratamento limitadas, embora a doença e o início dos sintomas geralmente progridam mais rapidamente nesta fase.

Antes da aprovação dos medicamentos, o ingrediente ativo de ambos foi testado quanto à segurança e eficácia num estudo randomizado duplo-cego que incluiu 157 pacientes com idades entre os 10 e os 17 anos com DT2 inadequadamente controlado. Os participantes foram selecionados aleatoriamente para um dos três braços de tratamento durante 26 semanas: a empagliflozina, um inibidor de DPP-4 (linagliptina), ou um placebo.

A investigação apurou que, na semana 26, o tratamento com a empagliflozina foi superior na redução da hemoglobina A1c (HbA1C), que é uma medida dos níveis médios de açúcar no sangue, em comparação com o placebo.

Os especialistas constataram que os 52 pacientes tratados com empagliflozina tiveram uma redução média de 0,2% na HbA1C em comparação com um aumento médio de 0,7% na HbA1C nos 53 pacientes que receberam o placebo. Além disso, os pacientes tratados com este ingrediente ativo também tiveram reduções na glicose plasmática em jejum, uma medição de açúcar no sangue recolhida após não comer ou beber durante pelo menos oito horas, em comparação com os pacientes que receberam o placebo.

Os efeitos colaterais mais comuns em adultos tratados com empagliflozina incluem infeções do trato urinário e infeções fúngicas femininas. Nas crianças, os efeitos colaterais comuns foram geralmente semelhantes aos relatados por adultos, no entanto, observou-se um risco maior de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) entre pacientes pediátricos de 10 anos ou mais a tomar a empagliflozina em comparação com o placebo, independentemente de estarem a fazer outras terapias para a diabetes.
Nos pacientes tratados com metformina os efeitos colaterais mais comuns incluem diarreia, náusea e dor de estômago.

Nenhum dos medicamentos é recomendado para pacientes com diabetes tipo 1 (DT1) devido ao risco aumentado de cetoacidose diabética. Também não são recomendados para melhorar o controle do açúcar no sangue em pacientes com problemas renais graves, nem devem ser usados por pacientes que já tiveram uma reação alérgica grave aos mesmos. Particularmente o Synjardy, não deve ser utilizado em doentes com acidose metabólica ou cetoacidose diabética.

Fonte: Tupam Editores

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