Liraglutido indicado no tratamento de crianças com diabetes tipo 2
A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) recomenda a extensão do liraglutido no tratamento da diabetes tipo 2 em crianças com mais de dez anos e adolescentes. Este medicamento já foi aprovado para o tratamento de adultos, em exclusivo ou em combinação com outros fármacos.
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O tratamento pediátrico recomendado para a diabetes tipo 2 é semelhante ao dos adultos, com especial enfoque nas alterações dos hábitos alimentares e estilo de vida, promovendo a prática de exercício físico.
A terapêutica farmacológica inicia-se com um medicamento e mais tarde com a combinação de dois fármacos. O objetivo é que os doentes consigam manter níveis baixos de açúcar no sangue de modo a prevenir complicações a longo prazo.
Atualmente, a insulina e metformina são as duas únicas opções terapêuticas disponíveis para crianças com diabetes tipo 2, na maioria dos países. No entanto, mais de metade das crianças não alcança o controlo glicémico apenas com a metformina, mesmo quando em combinação a um estilo de vida mais saudável. Por outro lado, o tratamento com insulina apresenta efeitos colaterais com o aumento de peso e um elevado risco de hipoglicemia. Perante este cenário, é necessário que existam outras opções de tratamento, avança a EMA.
O liraglutido é o primeiro fármaco a obter uma opinião positiva para uso pediátrico no tratamento da diabetes tipo 2. Esta substância ativa imita a ação das hormonas incretinas, estimulando a libertação de insulina produzida pelo pâncreas em resposta à comida, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue.
A eficácia e segurança do liraglutido no tratamento de crianças e adolescentes foram investigadas através de um ensaio controlado com placebo, no qual participaram 134 jovens com diabetes tipo 2, com idades compreendidas entre os dez e os 17 anos. O estudo foi levado a cabo de acordo com o Plano de Investigação Pediátrica avalizado pelo Comité Pediátrico da Agência Europeia do Medicamento.
O estudo comparou, durante 26 semanas, um grupo de doentes que recebeu tratamento com o liraglutido, com um grupo que recebeu placebo. O grupo que foi tratado com o liraglutido, com ou sem insulina, registou uma redução relevante dos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c).
O ensaio demonstrou ainda que o perfil de segurança do liraglutido é comparável ao demonstrado nos adultos. A maioria dos efeitos secundários observados foram náuseas, vómitos, diarreia, dor de cabeça e dor abdominal.
A opinião do Comité dos Medicamentos para Uso Humano vai agora ser enviada para a Comissão Europeia, a quem cabe a decisão de estender a utilização do liraglutido no tratamento da diabetes tipo 2 em crianças com mais de dez anos e adolescentes.