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Colesterol: uso de fitoesterois como agentes terapêuticos

A hipercolesterolemia é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, por estar claramente relacionada à aterosclerose, doença arterial coronária, enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Colesterol: uso de fitoesterois como agentes terapêuticos

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Os fitoesterois, ou esterois vegetais, são um dos temas mais abordados hoje em dia, uma vez que o seu consumo regular, numa dose de 2g-3g diárias, está associado à redução dos valores de colesterol total e do LDL (o chamado “mau colesterol”).

Os esterois vegetais são substâncias estruturalmente semelhantes ao colesterol mas, ao contrário deste, apenas se encontram naturalmente presentes em produtos de origem vegetal, como frutas, vegetais, leguminosas, frutos oleaginosos, sementes, óleos vegetais e cereais integrais, no entanto, o seu teor nestes alimentos é reduzido.

Para suprir essa falta, a indústria tem vindo a desenvolver produtos aos quais são adicionados ingredientes funcionais, que não fazem parte da composição normal do alimento, sendo atualmente possível encontrar no mercado imensos produtos alimentares enriquecidos com esterois vegetais, nomeadamente cremes vegetais para barrar, leites, iogurtes, queijos e bebidas de soja.

O impacto dos esterois vegetais na redução dos níveis de LDL e de colesterol total está relacionado com a diminuição da absorção de colesterol a nível intestinal. Por serem estruturalmente semelhantes ao colesterol, os esterois vegetais ligam-se aos transportadores de colesterol, sendo absorvidos no lugar deste. O colesterol que não é absorvido é eliminado via intestinal.

Mas para que os esterois vegetais possam competir com o colesterol e diminuir a sua absorção, a sua ingestão deve ser feita em simultâneo com a ingestão dos alimentos que apresentem maiores níveis de colesterol na alimentação, ou seja, às refeições principais. A sua ingestão também deve ser regular e não um ato único, começando apenas a verificar-se resultados significativos ao fim de três semanas.

Importa referir que, no caso de pessoas que estejam a fazer medicação para a redução do colesterol, nas grávidas, lactantes e crianças até aos 5 anos, o consumo de esterois vegetais deve ser alvo de consulta médica prévia, pois a sua ingestão pode causar uma redução exacerbada do colesterol ou causar um impacto negativo na saúde.

Apesar dos seus benefícios, os esterois vegetais devem ser consumidos com moderação. Poderia ficar a ideia de que quantos mais iogurtes ou outros alimentos enriquecidos se ingerissem, mais baixaria a taxa de colesterol, mas isto não é verdade. Nenhum benefício adicional se verificou a partir das 2g-3g diárias.

Além disso, a redução na absorção do colesterol alimentar também pode originar uma redução na absorção de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K) e de carotenoides, sendo de extrema importância aumentar a ingestão de fruta e hortícolas aquando da ingestão destes compostos.

Para finalizar, a inclusão de esterois vegetais na alimentação é uma estratégia eficaz para a redução dos valores de colesterol LDL e total, mas não deve ser adotada como estratégia única e sim aliada a uma alimentação variada e equilibrada (pobre em gordura saturada e trans e rica em fibra) e a um estilo de vida saudável, com consumo reduzido de bebidas alcoólicas, livre de tabaco, com atividade física regular e controlo do peso corporal.

Fonte: Tupam Editores

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