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Fatores de risco para demência variam de acordo com a etnia

Fatores de risco modificáveis, que incluem hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol HDL baixo e distúrbios do sono, conferem um maior risco de demência a pessoas de alguns grupos étnicos minoritários em comparação com pessoas brancas, apurou um novo estudo levado a cabo por investigadores da University College London, no Reino Unido.

Fatores de risco para demência variam de acordo com a etnia

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DEMÊNCIA


O número de pessoas com demência está a aumentar em todo o mundo. Há cada vez mais interesse nos fatores de risco potencialmente modificáveis, uma vez que a sua eliminação poderia, teoricamente, prevenir cerca de 40% dos casos da doença, no entanto, a maioria dos estudos sobre fatores de risco foram realizados apenas em pessoas de ascendência europeia.

No novo estudo, publicado na revista de acesso aberto Plos One, os investigadores analisaram a relação entre os fatores de risco e o início da demência utilizando dados anónimos de registos de cuidados primários ingleses, de 1997 a 2018, para 865.674 adultos com 65 anos de idade ou mais de diversos grupos étnicos.

Foi possível verificar que, no geral, 12,6% da população estudada desenvolveu demência – 16,0% dos brancos, 8,6% dos sul-asiáticos, 12,1% dos negros e 9,7% dos indivíduos de outros grupos étnicos. Quase todos os fatores de risco analisados no estudo foram associados à demência, com os mesmos fatores de risco muitas vezes a promover um risco mais elevado de demência em pessoas negras e do sul da Ásia, particularmente para o risco cardiovascular.

Após ajuste para comorbidade, idade, sexo e privação, a hipertensão conferiu maior risco de demência a pessoas negras em comparação com pessoas brancas; a hipertensão, obesidade, diabetes, baixo HDL e distúrbios do sono conferiram maior risco de demência a pessoas do sul da Ásia.
Em comparação com os efeitos nas pessoas brancas, a hipertensão teve 1,57 vezes mais impacto no risco de demência nas pessoas do sul da Ásia e 1,18 vezes mais impacto nas pessoas negras.

Segundo a Dra Naaheed Mukadam, uma das investigadores, os resultados podem explicar descobertas anteriores de maior suscetibilidade, idade mais precoce de início da demência e menor sobrevida após o diagnóstico de demência em grupos étnicos minoritários. Isto quer dizer que os esforços de prevenção da demência devem ser orientados para pessoas de grupos étnicos minoritários e adaptados aos fatores de risco de particular importância.

Os resultados permitiram concluir que não só alguns fatores de risco para demência são mais comuns em grupos étnicos minoritários, mas também que o impacto de alguns desses fatores de risco é ainda maior do que na população branca. Assim, é necessária uma prevenção personalizada da demência, tendo em conta a etnia e o perfil dos fatores de risco, de forma a garantir que a prevenção da demência seja equitativa.

Fonte: Tupam Editores

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