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Cosméticos de algas e girassol podem beneficiar pele diabética

A diabetes é uma doença crónica que afeta vários órgãos, incluindo a pele, e consequentemente, a autoestima do paciente. Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, no Brasil, desenvolveu e testou formulações cosméticas com extrato de sementes de girassol e alga vermelha, que ajudaram a controlar as alterações da derme decorrentes da condição.

Cosméticos de algas e girassol podem beneficiar pele diabética

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A diabetes caracteriza-se por taxas elevadas de açúcar no sangue devido á falta ou má manutenção do metaboslimo da glicose. Entre outras consequências, a doença provoca o aumento de produtos de glicação (AGE) – reação entre glicose e moléculas como proteínas, ácidos nucleicos e lípidos, envolvida no processo de envelhecimento –, o que provoca danos nas fibras de colagénio da pele.

Para um melhor entendimento desse tipo de pele e de como os cosméticos devem agir nela, a investigação foi dividida em duas fases: a caracterização da pele e a realização de estudos clínicos com os extratos.

Na primeira parte do estudo, publicado na revista Life, os especialistas analisaram a pele da face de 28 mulheres, entre os 39 e os 55 anos de idade, das quais metade tinha diabetes tipo 2 e o restante era saudável. O objetivo era entender por que razão a pele do diabético é mais sensível, porque envelhece primeiro, e porque demoram as feridas muito tempo a cicatrizar.

Segundo a professora Patrícia Campos, o objetivo era analisar as propriedades morfológicas da pele, através de medidas instrumentais e clínicas, para a melhorar utilizando alguns produtos específicos para a diabetes. As análises revelaram que a derme diabética sofre maior perda transepidérmica de água, ou seja, a hidratação é prejudicada.

A pele possui uma proteção natural denominada função barreira, que está ligada à sensibilidade. Se houver comprometimento dessa função pela alta perda transepidérmica de água, ocorrem danos na barreira cutânea. Alguns sinais podem ser a pele avermelhada, maior sensibilidade e comichão.
A pele dos pacientes com diabetes também possui menos firmeza porque o colagénio é menos denso e apresenta uma estrutura desordenada na derme, o que resulta numa textura mais flácida.

Tendo em consideração as diferenças da pele diabética e como essas características afetam a autoestima, sobretudo das mulheres, a investigadora Verónica Moraes desenvolveu formulações cosméticas com extratos naturais para responder às necessidades específicas do rosto dos pacientes diabéticos.

Os ativos aplicados, de alga vermelha e semente de girassol, foram escolhidos pelo seu efeito de antiglicação, embora nunca tivessem sido analisados na pele diabética antes.
Essa parte do estudo, além de ser importante para o bem-estar físico, tem impacto na forma como os pacientes se vêem. Tem ainda a ver com a autoestima.

Para o estudo clínico foram recrutadas 59 mulheres, entre os 39 e os 55 anos, que foram divididas em três grupos: uma parte usou apenas um produto cosmético já existente no mercado, outra parte utilizou o produto com o extrato de alga vermelha e as restantes participantes utilizaram o cosmético com a associação dos extratos de alga e de semente de girassol. A aplicação dessas fórmulas foi feita durante 90 dias.

Os resultados das que usaram os extratos mostraram diferenças significativas nas mudanças da pele decorrentes do processo de glicação. As técnicas de imagem permitiram identificar melhora nos padrões de colagénio e espessura da derme. A fórmula que continha apenas extrato de alga vermelha mostrou resultados mais promissores, como aumento da densidade dérmica.

Agora resta atrair o interesse da indústria dos cosméticos, para que as formulações possam sair do laboratório e tornar-se cosméticos disponíveis para a população.

Fonte: Tupam Editores

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