DIABETES

Diabetes gestacional: tratamento precoce é benéfico

O tratamento da diabetes gestacional desde o início da gravidez fornece proteção adicional aos bebés e às mães contra complicações na gestação, sugere um estudo internacional inédito liderado pela Universidade de Western Sydney, na Austrália.

Diabetes gestacional: tratamento precoce é benéfico

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A nova investigação, publicada no New England Journal of Medicine, explorou se o tratamento da diabetes gestacional antes das 20 semanas de gestação entre aqueles que já estão em alto risco melhora a saúde materna e infantil, tendo constatado uma redução nas complicações.

Através de um estudo randomizado controlado realizado em 17 hospitais na Austrália, Áustria, Suécia e Índia, foram examinadas mais de 43.000 mulheres para recrutar 802 com fator de risco para diabetes antes das 20 semanas de gestação, que, pela definição da Organização Mundial da Saúde, tiveram diabetes gestacional.

Segundo o professor David Simmons, autor principal, o estudo fornece novas evidências de que aqueles considerados em maior risco devem realizar testes precoces e tratamento da diabetes gestacional além da abordagem recomendada atual de intervir às 24-28 semanas.

Os testes à diabetes gestacional são realizados rotineiramente mais tarde na gravidez e as mulheres em maior risco também são testadas no início da gestação para excluir a diabetes tipo 2 não diagnosticada.
Se os valores iniciais de glicose estiverem aumentados, mas abaixo dos diagnósticos de diabetes tipo 2, os especialistas são da opinião de que se deviam tratar, no entanto, faltam dados para demonstrar os efeitos de tal tratamento na mãe ou no bebé. Agora preencheu-se essa enorme lacuna de conhecimento que provavelmente afeta milhões de gestações todos os anos.

O estudo avaliou os resultados da gravidez com o início do tratamento para a diabetes gestacional antes das 20 semanas, em comparação com nenhum tratamento precoce e subsequente início do tratamento, dependendo dos resultados da repetição do teste oral de tolerância à glicose às 24-28 semanas de gestação, com resultados significativos e descobertas inesperadas relacionadas com o desconforto respiratório nos bebés.

Verificou-se que mais de um em cada vinte bebes evitou um grupo de complicações graves no parto, incluindo problemas durante o nascimento, como ossos ou nervos lesionados, ou ficar preso durante o parto, conhecido como distocia do ombro.

Os problemas respiratórios que requerem oxigénio foram reduzidos quase para metade e o número de dias necessários em terapia intensiva neonatal ou unidade de cuidados especiais diminuiram 40%. Além disso, reduziram-se em mais de três quartos os danos graves no canal de parto da mãe e ao redor, conhecidos como lesões perineais.

Os investigadores recomendam mais ensaios confirmatórios e estudos de acompanhamento a longo prazo da prole. O professor Simmons realça a importância de se passar a usar as novas descobertas para rever as diretrizes existentes para a diabetes gestacional, concordar com os melhores limites para o seu diagnóstico e começar a proteger as mães e os bebés o mais depressa possível.

Fonte: Tupam Editores

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