DIABETES

Estudo determina risco de diabetes após diabetes gestacional

A diabetes gestacional (DG) afeta 14% das gestações em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado recentemente no JAMA Network Open, a DG está associada a um risco aumentado de diabetes subsequente, com maior risco de diabetes gestacional na segunda gravidez e na primeira e segunda gravidezes.

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Uma equipa de investigadores da Universidade McGill, em Montreal, comparou os riscos de diabetes incidente entre mulheres com DG na primeira, na segunda e em ambas as gestações em comparação com mulheres sem DG num estudo de coorte retrospetivo, com início de 1 de abril de 1990 até 31 de dezembro de 2012.

As participantes eram mães com dois partos únicos entre 1 de abril de 1990 e 31 de dezembro de 2012, sem diabetes antes ou entre gestações, que foram listadas em bancos de dados administrativos de seguros de saúde públicos e registos de nascimento, natimorto e óbito em Quebec, no Canadá. Os dados foram analisados no período de julho a dezembro de 2023.

Para a investigação foram incluídos dados de 431.980 mulheres com dois partos únicos. O acompanhamento das participantes aconteceu entre 1 de abril de 1990 a 1 de abril de 2019. No geral, 10.920 mulheres (2,5%) tiveram diabetes gestacional na primeira gravidez, 16.145 (3,7%) na segunda e 8.255 (1,9%) em ambas.

Os especialistas constataram que a DG apenas na primeira gravidez aumentou os riscos em 4,35 vezes, a DG apenas na segunda gravidez aumentou os riscos em 7,68 vezes e a DG em ambas as gestações aumentou os riscos 15,8 vezes. Em comparação com a DG apenas na primeira gravidez, a DG apenas na segunda gravidez aumentou os riscos em 76%, enquanto a DG em ambas as gestações aumentou 3,63 vezes.

A longo prazo, a DG na primeira gravidez pode motivar algumas mulheres a adotarem comportamentos que comprovadamente reduzem o risco de diabetes, diminuindo as taxas de recorrência da DG e o desenvolvimento de diabetes tipo 2 (DT2). Por outro lado, algumas mulheres sem DG na primeira gravidez podem colocar-se em maior risco, relacionado com o excesso de aumento de peso gestacional, retenção de peso pós-parto, aumento de peso entre gestações e exigências da maternidade que impedem uma alimentação saudável e a prática de atividade física.

Segundo Joseph Mussa, um dos especialistas envolvidos, os resultados fornecem um caminho personalizado, orientado pela medicina, para estimar o risco de diabetes em mulheres. Isto deve ser associado a programas de prevenção personalizados e vias de encaminhamento equitativas para reduzir o peso da DT2 e das suas complicações.

Fonte: Tupam Editores

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