DOENÇA

Pessoas com psoríase têm risco elevado de doença celíaca

Pessoas com psoríase têm o dobro das probabilidades de ter doença celíaca (DC) em relação a indivíduos sem psoríase, apurou um estudo realizado por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.

Pessoas com psoríase têm risco elevado de doença celíaca

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DOENÇA CELÍACA


O estudo, publicado no Journal of the American Academy of Dermatology, analisou a associação entre psoríase e DC utilizando dados de 316.166 adultos participantes do Programa de Investigação All of Us.

Os especialistas descobriram que dos 6.476 pacientes com psoríase, 1,65% tinham DC contra 0,49% dos 309.690 pacientes sem psoríase. Registaram-se diferenças significativas na idade (média, 61,4 versus 54,0 anos), raça (69,1 versus 47,8% brancos), índice de massa corporal (IMC; média, 31,0 versus 29,8 kg/m2), tabagismo (46,0 versus 39,4%) e doenças autoimunes (22,6 versus 6,4%) nos participantes com psoríase versus aqueles sem psoríase.

Após ajuste para idade, sexo, raça/etnia, tabagismo, doenças autoimunes associadas à psoríase e DC (lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, diabetes mellitus tipo 1, tiroidite autoimune, vitiligo e alopecia areata) e IMC no modelo, a psoríase permaneceu significativamente associada à DC (razão de chances, 2,05).

Embora o mecanismo fisiopatológico por trás da associação entre psoríase e DC não seja claro, foram propostas várias explicações. Estudos de associação em todo o genoma descobriram que muitos locais de suscetibilidade para a psoríase se sobrepõem aos da DC.

Para os cientistas, como tanto a psoríase quanto a DC são doenças causadas por células T, pode haver mecanismos imunogénicos compartilhados entre as duas. Segundo Marina Z. Joel, uma das especialistas envolvida na investigação, são necessários mais estudos para entender melhor os mecanismos fisiopatológicos que ligam a psoríase e a DC.

A DC é uma doença crónica, autoimune, que surge na sequência da ingestão de glúten em indivíduos geneticamente susceptíveis e que se caracteriza por atrofia das vilosidades do intestino delgado. A doença pode manifestar-se em qualquer idade, desde que o glúten já tenha sido introduzido na alimentação. Apesar de ser frequentemente diagnosticada nas crianças (após o 2º ou 3º semestre de vida, alguns meses após a introdução do glúten) cada vez é mais comum o diagnóstico na idade adulta.

Fonte: Tupam Editores

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