Cigarros eletrónicos podem aumentar risco de pré-diabetes
O cigarro eletrónico é visto como uma alternativa “mais segura” e uma opção para quem deseja parar de fumar. Contudo, um inquérito realizado por uma equipa de investigadores dos Estados Unidos da América permitiu concluir que o uso de cigarros eletrónicos está associado a um aumento do risco de pré-diabetes.
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Dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) revelaram que os fumadores de cigarro tradicional têm 30 a 40% mais probabilidades do que os não fumadores de desenvolver diabetes tipo 2, o que aumenta o seu risco de doenças cardiovasculares. Apesar de os cigarros eletrónicos serem, por vezes, promovidos como produtos que reduzem este risco as coisas não são bem assim.
Para determinar a associação entre o uso de cigarros eletrónicos e a pré-diabetes, os investigadores analisaram dados de 2016 a 2018 de uma grande investigação anual de saúde que inclui informações sobre comportamentos de risco relacionados com a saúde, serviços preventivos e condições médicas crónicas.
Os investigadores comprovaram que, de entre os 600.046 participantes do inquérito, 9% eram utilizadores atuais de cigarros eletrónicos e tinham recebido um diagnóstico de pré-diabetes. Verificou-se ainda que os utilizadores de cigarros eletrónicos tinham uma maior prevalência de fatores de estilo de vida de alto risco e um pior estado de saúde mental e física do que os não fumadores.
O estudo, publicado na revista científica American Journal of Preventive Medicine, permitiu constatar que esta alternativa não é mais segura ou saudável do que os cigarros tradicionais.
Para os investigadores, a descoberta da associação entre a pré-diabetes e o uso de cigarros eletrónicos é preocupante. No caso do cigarro normal, a nicotina tem um efeito prejudicial na ação da insulina e, ao que parece, o cigarro eletrónico tem o mesmo efeito.
Os resultados alcançados realçam a necessidade de criação de estratégias para promover a cessação do uso de cigarros eletrónicos e que promovam um estilo de vida mais saudável.
De acordo com os CDC a pré-diabetes tem vindo a tornar-se cada vez mais comum nas últimas décadas, de onde se destaca a ascensão entre a população mais jovem. As projeções estimam que até 2030 mais de 470 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diagnosticadas com a condição.