PÂNCREAS

Cancro do pâncreas é sétima neoplasia que mais mata no mundo

No Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, o Clube Português do Pâncreas, secção da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), alerta para a importância do diagnóstico precoce da sétima neoplasia que mais mata a nível mundial.

Cancro do pâncreas é sétima neoplasia que mais mata no mundo

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“A perspetiva devastadora para o cancro do pâncreas enfatiza a necessidade de novas estratégias para o prevenir e diagnosticar”, sublinha a SPG numa nota de imprensa, acrescentando que “estudos indicam que a doença pode estar presente no pâncreas por muitos anos antes de se manifestar proporcionando uma oportunidade para a deteção precoce”.

O pâncreas tem uma localização muito profunda, está situado atrás do estômago, no abdómen superior e é a maior glândula do corpo humano. O cancro do pâncreas ocorre quando as células malignas se formam e se multiplicam no tecido pancreático.

Os sintomas são difíceis de identificar e geralmente são vagos e inespecíficos, dificultando o reconhecimento e o diagnóstico precoce da doença. Pode manifestar-se por dor na região superior do abdómen com irradiação para as costas.

A cor amarelada da pele e urina turva são os sintomas mais frequentes nos tumores da cabeça do pâncreas. Outros sintomas, menos frequentes, são a comichão, indigestão, alteração dos hábitos intestinais, perda de peso inexplicável, depressão, perda de apetite, fenómenos de trombose vascular ou diabetes de diagnóstico recente.

Estima-se que dois terços dos principais fatores de risco associados ao cancro do pâncreas sejam potencialmente modificáveis, sendo esta uma oportunidade para a prevenção da doença.

O tabagismo está relacionado com 20 por cento de todos os cancros do pâncreas e causa um aumento de 75 por cento em comparação com não fumadores. Por outro lado, a SPG alerta para o facto de a obesidade contribuir “também para pior prognóstico e taxas de sobrevida”.

Adicionalmente, “o consumo excessivo de álcool de está associado ao cancro do pâncreas, nomeadamente se associado à pancreatite crónica”. Os doentes com pancreatite crónica, “especialmente aqueles que têm pancreatite hereditária”, têm um risco aumentado de desenvolver cancro do pâncreas.

Segundo a SPG, o diagnóstico do cancro do pâncreas é frequentemente tardio, pois os sintomas surgem num estadio avançado da doença. Quando já há sintomas, quase sempre a realização de uma ecografia abdominal é suficiente para a suspeita diagnóstica do cancro.

A realização de tomografia computorizada, ressonância magnética e/ou ecoendoscopia são habitualmente necessários na confirmação do diagnóstico e estadiamento do tumor. À data do diagnóstico, apenas 20 por cento são candidatos cirúrgicos, e mesmo nestes, a sobrevivência aos cinco anos é de apenas 30 por cento.

O tratamento quase sempre envolve a realização de quimioterapia isoladamente ou em associação com a radioterapia nos doentes que não são candidatos cirúrgicos. O tratamento de quimioterapia, realizado inicialmente com objetivo de reduzir o tamanho dos tumores antes da cirurgia, é atualmente a opção de eleição nos casos potencialmente operáveis.

No entanto, é possível ter esperança no futuro: “nos últimos anos temos assistido a importantes progressos da investigação no sentido de encontrar biomarcadores moleculares que permitam uma terapêutica dirigida a novos alvos e desta forma possam ter impacto no prognóstico da doença. No futuro, uma maior compreensão do papel do microbioma, dos biomarcadores de risco aumentado e de possíveis novos alvos terapêuticos e imunoterapia contra o cancro, aproxima a promessa da medicina personalizada e a esperança de melhores resultados no tratamento”, conclui.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia

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