
DIETA ALCALINA, SABE COMO FUNCIONA?
DIETA E NUTRIÇÃO
Tupam Editores
Muito se fala sobre a alimentação alcalina, mas pouco se sabe sobre os benefícios e causas da sua necessidade. Entre tanta informação, acaba por não ser fácil compreender a verdade sobre os alimentos alcalinos e a sua relação com a dieta alcalina, também conhecida por dieta do pH.
Antes de mais, há que esclarecer o que é o pH. O Potencial de Hidrogénio, vulgarmente conhecido por pH, é um índice que indica a acidez (menor do que 7), a neutralidade (igual a 7) ou a alcalinidade (maior do que 7) de um determinado meio. De um modo geral, considera-se que um ambiente menos ácido é mais aconselhável para o organismo.
É pelo pH que uma substância se torna ácida ou alcalina. O pH ideal do nosso organismo gira em torno de 7,35, sendo o nível que deve ser mantido.

Um organismo com um pH ácido reflete-se em diferentes problemas, como, baixo nível de energia, dores de cabeça, fadiga e tensão muscular, dores musculares, especialmente nas costas, irritabilidade, celulite, cabelo seco, diabetes, obesidade, além de predispor para o surgimento de cálculos renais.
Já os organismos alcalinos diminuem o risco de cancros, combatem o envelhecimento precoce, preparam o organismo para absorver melhor os nutrientes e, como consequência, têm perda de peso.
A dieta alcalina promove, acima de tudo, uma alimentação mais saudável e equilibrada, com base em alimentos naturais e orgânicos. Esta tem como princípio a teoria de que se pode alterar e equilibrar o pH do corpo através de escolhas mais saudáveis e conscientes.
Assim, recomenda evitar alimentos formadores de ácido, consumir muitos alimentos alcalinos e limitar os alimentos neutros, como os amidos, os açúcares e as gorduras naturais.

Entre os alimentos alcalinos e neutros permitidos, o destaque vai para as frutas (limões, laranjas, maçãs, morangos, bananas, bagas, melancia e melão) e legumes (crucíferas e folhas verdes, pimentos, pepinos e cogumelos.); frutos secos e sementes; leguminosas; cereais integrais e arroz; azeite virgem extra e óleo de abacate; água, chá verde e água com limão.
Estão proibidos os alimentos considerados ácidos, como a carne e peixe; produtos lácteos; alimentos industriais ultra-processados e com elevado teor de açúcar; alimentos que contenham uma elevada concentração de óleos hidrogenados no seu interior; bebidas energéticas, álcool e refrigerantes; pão branco e farinhas refinadas.
A dieta alcalina restringe bastante as opções proteicas, por promoverem mais resíduos ácidos no organismo. De maneira geral, vale a regra do equilíbrio, procurar sempre opções naturais sem corantes, conservantes e aditivos, e ter um consumo proteico consciente, dando prioridade às fontes de qualidade.

As vantagens deste tipo de dieta são imensas. Para começar, reduz a inflamação. A ingestão de frutas e legumes aumenta a entrada de compostos fenólicos antioxidantes e anti-inflamatórios no organismo – o que melhora a saúde metabólica e o funcionamento mais eficiente das mitocôndrias.
A redução da inflamação também dá origem a um perfil lipídico mais saudável.
Melhora os níveis do GH, hormona do crescimento, relacionado à saúde cardiovascular, composição corporal, memória e cognição; diminui a retenção de líquidos; favorece o equilíbrio da relação entre o sódio e o potássio devido ao maior consumo de frutas e vegetais, ajudando a controlar a pressão arterial, na saúde óssea e a reduzir perdas musculares; há um maior consumo de magnésio, mineral importante para a função das enzimas e relacionado com a ativação da vitamina D, além da otimização da saúde óssea, que depende da quantidade desses nutrientes.
A substituição de alimentos industriais ultra-processados por alimentos frescos de qualidade tem um impacto significativo no peso total e no estado da composição corporal dos indivíduos. Os parâmetros metabólicos, como a sensibilidade à insulina melhoram, o que acaba por facilitar a mobilização da gordura.
Aumenta a sensação de energia: uma maior ingestão de legumes ajuda a facilitar a produção de energia a partir dos nutrientes a nível mitocondrial, o que é essencial para combater a sensação de cansaço e fadiga crónica.

Importa referir que embora este tipo de dieta destaque a ingestão de alimentos vegetais, pode ser deficiente em proteínas e ácidos gordos ómega-3. Algumas variantes permitem a inclusão de ovos, mas mesmo assim não é suficiente para satisfazer as necessidades proteicas e de vitamina D, o que pode levar a défices que podem condicionar a saúde da massa muscular. Alguns especialistas em nutrição alertam que pode ser difícil seguir esta dieta a longo prazo.
Além disso, a dieta alcalina pode não ser apropriada para todas as pessoas, especialmente para aquelas com certas condições médicas, como doença renal ou distúrbios alimentares. É essencial consultar um médico ou nutricionista antes de se iniciar qualquer dieta, especialmente se a pessoa tiver problemas de saúde ou estiver a tomar medicamentos que podem ser afetados pela nova alimentação.