CÓLICAS DO BEBÉ - Como identificá-las?

CÓLICAS DO BEBÉ - Como identificá-las?

GRAVIDEZ E MATERNIDADE

  Tupam Editores

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Ser mãe pela primeira vez é sem dúvida uma experiência gratificante para a maioria das mulheres, mas também algo assustadora. Ter um bebé seu nos braços é algo que qualquer mulher deseja, mas também pode ser o início de uma experiência algo difícil e stressante para a qual nem sempre se está preparada, sendo por isso muito importante que nessa fase tenha o apoio de familiares e a disponibilidade e ajuda do pai do bebé recém-nascido.

Para todas as pessoas que assumam o novo estatuto de pais, a adaptação dos espaços e das rotinas para a entrada de mais um membro na família, implica longas horas sem dormir, muitas mudas de fraldas e sobretudo muitos sorrisos de alegria.

O crescimento e desenvolvimento harmoniosos de um bebé é um dos aspetos que mais preocupa os jovens pais, com especial ênfase para as mães, as grandes responsáveis pelos cuidados mais elementares da criança, a começar pela sua alimentação, carinho e bem-estar. Sem que os progenitores se apercebam, os bebés fazem significativos progressos a nível físico, psicológico e motor de dia para dia e as várias etapas do seu desenvolvimento são a chave para que cresçam saudáveis e felizes.

Durante os primeiros 3 meses de vida, primeira etapa do seu desenvolvimento, uma das maiores preocupações dos pais, para além de outras não menos importantes como a alimentação, o banho e o sono, é o problemas das cólicas, que provocam crises desesperadas de choro, à primeira vista inexplicáveis e que para os pais podem ser assustadoras, mas que são perfeitamente normais e de duração limitada, não deixando no entanto de dificultar a vida dos progenitores.

Família e bebé

Causas e sintomas

As cólicas no bebé, são um problema muito comum nos lactentes durante os primeiros três meses, sendo no entanto muitas vezes difícil identificá-las ou distingui-las de qualquer outro sintoma de dor de barriga. No entanto, ao fim de pouco tempo os pais dos recém-nascidos aprendem a identificar o choro típico de uma cólica, um choro agudo e sofrido em que o bebé aparenta dor e desconforto sem razão aparente. Porém, os pais não devem desesperar, pois tal comportamento faz parte do desenvolvimento natural da criança, não estando por isso associado a qualquer doença.

Na realidade, as cólicas ocorrem nos primeiros três meses de vida porque o organismo do recém-nascido ainda está aprendendo a digerir o leite enquanto a microbiota intestinal se está a formar, sendo por isso necessário um período de adaptação para que o corpo da criança em crescimento se habitue a lidar com o volume do alimento e com os gases por este gerados. É por isso um período natural de adaptação do corpo da criança a um novo ambiente, diferente do que habitava na barriga da mãe.

As cólicas provocam no bebé forte agitação, choro e gritos desesperados, que para se defender encolhe as pernas contra o abdómen e mantendo-se inconsolável perante qualquer tentativa de o acalmar. Pelo contrário, fica de rosto vermelho pelo esforço e normalmente com sinais de muito ar na barriga, sintomas que se agravam ao anoitecer e que frequentemente são a principal causa de insónias para si próprio e para os pais. Mesmo que se lhe pegue ao colo, se embale ou mude de fralda, não se consegue acalmar. Algumas horas depois, já exausto, acaba por se acalmar percebendo-se no entanto que tende a adormecer com dificuldade, acordando várias vezes ao longo da noite.

Mãe acalma bebé

Nesta fase de desenvolvimento nem todas as dores de barriga dos bebés se podem considerar cólicas, sendo por isso necessário que se observem algumas condições para que as possamos identificar e não aumentar ainda mais as preocupações dos pais:

– Sem motivos evidentes, o choro do bebé é muito intenso e prolongado, transformando-se por vezes em gritos estridentes com ataques de fúria e mostrando-se inquieto e inconsolável, quase fora de si.

– O bebé chora todos os dias e a situação já se mantém para além de 3 semanas.

– O choro prolonga-se por períodos superiores a 3 horas por dia, surgindo quase sempre à mesma hora.

– Depois de arrotar após a amamentação o bebé acalma-se, mas retoma o choro ou então adormece, mas cerca de uma hora mais tarde acorda de novo e recomeça a chora desesperadamente.

– As cólicas manifestam-se entre a segunda e a quarta semanas de vida em bebés com desenvolvimento normal ou até um pouco mais tarde nos prematuros.

– O bebé mostra sofrer de uma forte dor de barriga e flete as pernas contra o abdómen.

– Não há mimos que o consolem ou acalmem, ainda que se coloque ao colo, podendo isso ocorrer durante alguns minutos para voltar de novo ao choro.
 
– Apesar de aceitar o peito materno ou o biberão, o choro reaparece imediatamente a seguir e frequentemente regurgita o que ingeriu, o que é conhecido por refluxo gastroesofágico.

– Durante a amamentação , o bebé mostra-se inquieto e larga o peito bruscamente ao fim de alguns minutos, desatando de novo a gritar.

– Entre os ataques de choro treme e soluça com frequência.

– O rosto do bebé fica avermelhado ou arroxeado ao fim de um período de choro longo, a sua barriga fica inchada e as mãos e pés arrefecem.

Durante o primeiro ano de vida, o principal meio usado pelo bebé para comunicar é o choro, muitas vezes excessivo, e quanto a isso nada há a fazer. Daí que, perante uma sessão de choro, os progenitores não devam excluir a hipótese de se tratar de outro qualquer problema ou necessidade, que não uma cólica, esta mais frequente até aos três meses de idade.

De facto, até que o bebé comece a falar, é necessário que os pais aprendam a reconhecer e a lidar com as queixas do seu filhote através do choro, tentando interpretá-las, por forma a descartar qualquer hipótese de doença. Esse entendimento é fundamental para o futuro comportamento dos pais, pois irá provocar impacto direto no salutar desenvolvimento das crianças.

A maior parte dos pais rapidamente aprende a identificar as situações em que se trata de uma vulgar dor de barriga, um apelo, sono, simplesmente fome ou outra situação que não uma cólica.

Algumas ocorrências em que não se trata de cólica do bebé:
– Durante a noite, chora durante bastante tempo, mas depois de mamar adormece tranquilamente, demonstrando assim que simplesmente estava com fome.

Bebé com biberom

– O bebé chora, mas depois de arrotar fica calmo, significando que o incómodo se devia apenas à presença de ar na barriga.

– Quando está ao colo para de chorar mas volta a fazê-lo logo que é colocado no berço, mostrando que pretende companhia ou quer ser mimado.

– Quando as queixas são ocasionais, não se repetindo de forma sistemática ao longo do tempo. De notar que quando o choro é provocado por cólicas, surge quase sempre à mesma hora e obedece a um padrão que também ele se repete.

O que fazer para aliviar as cólicas

Caso sinta dificuldade em encontrar uma solução para aliviar as dores devido às cólicas, pode ser uma boa ajuda embalá-lo suavemente, de modo a estimular os seus delicados mecanismos do ouvido interno, o que favorece a recuperação do equilíbrio ao mesmo tempo que pode atenuar a sua inquietação.

Além disso pode também:
– Usar uma leve tisana de camomila com sementes de funcho.

– Manter-se o mais tranquilo possível para poder transmitir essa sensação de calma à criança.

– Deitá-lo de bruços, enquanto o embala nos braços.

– Colocar a sua barriguinha em contacto com o abdómen da mãe ou do pai por forma a que sinta calor e aconchego.

– Usar uma saco de água quente envolvido por bolsa de pano levemente aquecido por forma a que não fique em contacto direto com a pele do bebé. É possível encontrar este tipo de artigo em lojas especializadas de produtos para bebé.

– Evitar que o bebé permaneça em locais com muita luz, optando por locais com média luz.

– Evitar amamentá-lo durante as crises de cólicas pois a sucção estimula as contrações intestinais, agravando as dores.

– Fazer leves e suaves massagens circulares no sentido dos ponteiros do relógio no abdómen e à volta do umbigo para ajudar a soltar os gases.

Aliviar cólicas do bebé

– Deitar o bebé de costas e fletir as perninhas sobre o abdómen.

Por último, desde que prescritos pelo pediatra de família, é sempre possível utilizar medicamentos para aliviar o desconforto do bebé, destacando aqui, por exemplo os probióticos à base de lactobacilos, que costumam produzir bons resultados, diminuindo a dor, porque contribuem para a formação da microbiota intestinal. Há igualmente medicamentos específicos antiespasmódicos que podem ajudar, mas tendo sempre e sempre em mente, que só o pediatra deve receitá-los e orientar a sua administração.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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