O SEU CÃO DORME CONSIGO? Conheça os prós e os contras

O SEU CÃO DORME CONSIGO? Conheça os prós e os contras

CANÍDEOS

  Tupam Editores

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A história é muito comum: tudo começa quando o cão é ainda um filhote e não consegue subir para a cama sozinho. Por isso o dono carinhosamente pega nele ao colo e aconchega-o entre os lençóis. O tempo passa, e ele cresce… habituado a dormir bem juntinho a ele na cama. Mas será este um hábito saudável para ambos?

Saudável ou não, a verdade é que é cada vez mais comum – principalmente nas grandes cidades ‑, os amigos de quatro patas serem considerados como “filhos” e dormirem na cama dos donos, especialmente se forem de pequeno porte.

Para os animais é um comportamento normal. O cão é um animal social que está intrinsecamente inserido na rotina da sua “família humana”. Se pensarmos nos ancestrais lobos, estes costumam dormir juntos, aninhados, pois dessa forma sentem-se mais protegidos, e menos vulneráveis. Para os cães, dormir com os humanos equivale a estar próximo da sua família.

Mas, tal como não é saudável as crianças dormirem na cama dos pais, o mesmo acontece com os cães. Seja como for, as opiniões sobre este hábito dividem-se - uns consideram-na uma prática descabida e pouco higiénica, outros uma simples prova de afeição e companheirismo.

A opinião dos veterinários não é muito diferente: não é anti-higiénico e pode até ser saudável dormir com o animal de estimação, no entanto, este hábito deve obedecer a algumas regras - é importante que o animal esteja limpo, desparasitado, vacinado e que seja frequentemente analisado por um médico veterinário. Caso contrário, pode tornar-se perigoso.

Dormir na mesma cama: vantagens e desvantagens para ambos

Se é dos que pensa que os perigos deste hábito se refletem apenas nos humanos, saiba que as coisas não são assim tao simples.

Para começar, alguns especialistas em comportamento canino, sugerem que os animais que dormem na cama dos seus donos estão mais predispostos a confundirem a sua posição na hierarquia familiar, tornando-se cães “mal educados”. A afirmação não está errada, no entanto, tudo depende de como o dono trata o cão e não do que se permite que este faça.

Um dos comportamentos mais comuns de cães que dormem na cama com os donos é “fazer a guarda” de quem dorme com ele, ou da pessoa a quem é mais afeiçoado, no caso de cães que dormem com casais. Este comportamento, quando observado, deve ser imediatamente reprimido, pois é característico de um cão dominante.

Outro aspeto relevante é o facto de estes animais serem muito apegados aos donos, quase como “sombras” - onde o dono vai, o cão vai. Alguns estudos afirmam que os animais que dormem com os seus donos tendem a ser mais possessivos, inseguros e ansiosos, logo, com maior predisposição para apresentar distúrbios relacionados com a ansiedade de separação.

Mas para o animal, as desvantagens de dormir com o dono não se ficam pelo comportamento. Um animal de porte pequeno, como um pincher, por exemplo, pode cair de uma cama mais alta o que pode provocar fraturas sérias; já para não falar da possibilidade de o dono se virar na cama durante o sono e deitar-se em cima dele.

Os cães que dormem com os donos também podem desenvolver alergias de contacto e alergias atópicas. As reações podem ser decorrentes do uso de detergente em pó, amaciador da roupa, perfumes, desodorizantes, entre outros produtos. Além disso, há animais alérgicos a tecidos, sejam sintéticos ou de algodão.

Muito se fala das doenças que os animais podem transmitir aos humanos mas, se não sabia, o contrário também pode acontecer. É, por isso, imperativo ter regras de prevenção de antroponoses, isto é, patologias existentes apenas no ser humano mas que podem ser transferidas para os animais domésticos.

Abordados os pontos negativos de os cães dormirem com os donos, é altura de referir os aspectos menos bons para o dono. E os problemas de saúde encabeçam a lista.

Os cães trazem consigo uma grande quantidade de microorganismos que não se podem ver a olho nu, como por exemplo bactérias, fungos, etc. Quando vão à rua farejam tudo o que lhes aparece pela frente e fazem as suas necessidades. Os ácaros do pelo ou as partículas da sua pele podem provocar alergias em qualquer idade, sendo mais perigoso ainda no caso de pessoas alérgicas.

O dono também corre o risco de contrair alguma doença provocada por ectoparasitas, como pulgas ou carraças, ou verminoses, provocadas por lombrigas. Daí a importância de manter os animais desparasitados, vacinados e medicados contra este tipo de parasitoses.

Quem sofre com doenças alérgicas deve evitar contacto muito íntimo com animais que tenham pelo. Dormir na mesma cama, nem pensar!

Convém lembrar ainda que as pessoas com um sistema imunológico debilitado, mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas estão mais propensas a desenvolver doenças causadas pelos nossos amiguinhos de quatro patas, se dormirem com eles na cama.

Os problemas de sono são outro aspeto a ter em conta. Embora possa parecer estranho, a melhor maneira de descansar é dormir sozinho.

E isto diz respeito a pessoas e a animais. Os movimentos, o ressonar ou os pesadelos de outro ser que está ao nosso lado podem afetar negativamente a qualidade do sono. E isto especialmente para quem tenha problemas para adormecer, sofra de insónia ou tenha um sono muito leve.

Depois, também deve estar atento aos problemas conjugais ou familiares que a decisão de dormir com o cão possa provocar. A falta de intimidade ou de espaço pode causar discussões entre o casal.

Não se pense, contudo, que dormir com o cão só tem desvantagens. Com os devidos cuidados com a higiene e a saúde do seu melhor amigo em dia, dormir com ele também tem algumas vantagens, senão veja:

A temperatura do corpo do cão é de aproximadamente quarenta graus, ou seja, superior à do dono, portanto, dormir com um cão, especialmente no inverno, ajudará o seu corpo a regular a temperatura. E ainda impedirá que durma com o aquecedor ligado, o que poderia ser perigoso.

O contacto do corpo do dono com o do animal de companhia enviará sinais cerebrais para relaxar, e o dono sentir-se-à mais seguro. Por essa razão, para algumas pessoas o sono é mais profundo e confortável, acordando mais descansados pela manhã. Também aumenta o nível de oxitocina, a hormona que regula o stresse.

Dormir com um cão implica que ambos confiam um no outro e que se protegem mutuamente. O seu vínculo será muito mais forte, pois não compartilham apenas momentos durante o dia, mas também de noite.

Quando um cão dorme ao lado de seu dono, o seu instinto de proteção é ativado, como um sinal de gratidão. Se ele dormir na mesma cama, ficará alerta e reagirá a qualquer sinal que seja perigoso para o dono ou para os seus familiares.

Especialmente quando dormem com crianças, os cães são excelentes companheiros que transmitem segurança. Muitas crianças superam o medo da escuridão e dos pesadelos quando começam a dormir com o seu animal de estimação.

Prós e contras à parte, dormir com o seu cão é basicamente uma questão de escolha, e esta escolha, uma vez feita, deverá ser para toda a vida, pois é complicado desacostumar um cão que dormia na cama com o dono desde os primeiros dias a deixar de o fazer. É complicado, mas não é impossível!

Saiba o que tem de fazer se esse é o seu objetivo.

Como desacostumar o cão de dormir na cama do dono
A transição da cama do dono para o próprio local do animal é, muitas vezes, traumática para o cão mas também para a família.

Começar um processo para fazer com que ele durma na própria cama pode parecer complicado, no entanto, por incrível que pareça esta fase dura em média apenas sete dias. Por mais difícil que seja esse período, não deve desistir. Aqui, as chaves para o sucesso são a paciência e a perseverança.

Antes de dar início à aprendizagem, convém estipular o local exato para ele dormir, que deve ser um sítio confortável, que lhe seja familiar, e onde esteja acostumado a interagir. Não vai adiantar nada se colocar a cama num local onde ele não se sinta bem e para onde raramente se desloque.
Invista na sua cama tendo em conta a forma como costuma dormir normalmente. Se ele dorme mais esticado, um colchão retangular pode ser o mais apropriado; se ele se enrola como uma bola, as caminhas redondas são a melhor opção.

Enquanto a cama for nova, ele vai estranhar um pouco o seu cheiro o que fará com que não se queira deitar nela. O ideal é colocar lá uma peça de roupa com o seu cheiro, e um brinquedo ao qual esteja acostumado. Dessa forma ele irá associar o cheiro a algo familiar, que já conhece e gosta, sendo um incentivo para a adaptação.

Na primeira noite que o for deixar na cama dele, faça um passeio longo (de pelo menos 40 minutos) para que se canse e, ao voltar, vá com ele até o local e indique: cama. Se ele se deitar elogie a atitude e recompense-o pelo bom comportamento.

Aliás, quando ele estiver na cama dele elogie-o sempre, acarinhe-o, e dê-lhe uns petiscos. Assim, ele associará a sua cama a algo bom.
Não é de estranhar que o animal não entenda inicialmente que passará a dormir na sua própria cama. Por isso, tente ir para o local onde está acostumado, tire-o e devolva-o ao local onde ele passará a dormir daí para a frente, mesmo que ele faça aquela expressão à qual não costumamos resistir.

Se durante a noite ele se tentar deitar na sua cama, tire-o e devolva-o sempre à dele. Não abra exceções! Pode ser chato nas três primeiras noites, mas ele acabará por se acostumar.

A mais importante de todas as dicas é ter paciência e dedicação. Sempre que ele suba para a sua cama para dormir, seja de dia ou de noite, deve tirá-lo de lá e devolvê-lo à dele.

Estas atitudes farão com que ele entenda qual o local correto para dormir. E não pense que é pior dono por querer que o seu cão deixe de dormir consigo!

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