GRIPE CANINA - Esclareça todas as dúvidas!

GRIPE CANINA - Esclareça todas as dúvidas!

CANÍDEOS

  Tupam Editores

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A gripe não é uma exclusividade humana. De vez em quando, uma boa parte do reino animal fica “enrolado num cobertor, de termómetro na boca”. Nos nossos melhores amigos a doença é até muito comum – já ouviu falar de gripe canina, sabe cuidar de um cão engripado?

A gripe canina é uma doença que ainda desperta muitas dúvidas em alguns donos, pois, ao contrário da gripe nos humanos, que tem sido descrita ao longo de milhares de anos, a doença nos cães é um fenómeno relativamente recente, tendo surgido há menos de 20 anos.

Bastante parecida com a humana, esta doença respiratória não costuma ser grave nos animais, no entanto, é preciso tratar os infetados pois, tal como connosco, a falta de cuidados contribui para a evolução da doença para problemas mais sérios.

Se não se sente preparado para cuidar convenientemente do seu fiel amigo se ele ficar engripado, não se preocupe, pois todas as suas questões terão resposta em poucos minutos.

Para começar, a gripe canina, ou influenza canina, é uma doença respiratória causada por um tipo de vírus da gripe, o Influenza A. Este vírus é do mesmo género do que adoece os humanos, porém com subtipos que atacam apenas os animais.

O primeiro subtipo identificado foi o H3N8, uma estirpe de influenza que apenas tinha sido identificada em cavalos.

Após sofrer mutações, esse vírus espalhou-se tendo conseguido alojar-se em cães, dando origem a um surto de gripe canina nos EUA em 2004. Mais recentemente, em 2015, foi descoberto o H3N2, que os cientistas acreditam que tenha surgido na Ásia, e transmitido de aves para cães.

Não há perigo de um animal engripado infetar um humano, e isto porque as partículas à superfície do vírus são como chaves que combinam com fechaduras distintas nas células dos animais.

O vírus influenza canino tem a chave para infetar cães e, tendo em conta que o vírus apenas causa uma infeção quando acede ao interior de uma célula, seria necessário que a chave sofresse uma mutação significativa para infetar um humano.

Muito contagiosa, a gripe canina é mais frequente durante as estações mais frias e chuvosas, deixando de ser tão preocupante nas outras alturas do ano.

É, em geral, leve, sendo fatal numa percentagem mínima dos cães, normalmente quando associada a filhotes, animais idosos ou com baixa imunidade (imunodeprimidos).

Não costuma colocar em risco a vida do animal – o que acontece em apenas 1 a 4 por cento dos casos –, mas mesmo assim, é importante levá-la a sério.

Além de poder evoluir para quadros mais graves, também causa muito desconforto ao paciente. Para entender melhor basta lembrar-se da última vez que teve gripe.

Tal como nos humanos, para desenvolver a doença o animal tem de ter contacto com o vírus. A tosse, o espirro e até mesmo o latido libertam-no para o ambiente, deixando-o à espera de um novo hospedeiro.

O contágio ocorre ainda através de objetos contaminados como comedouros, bebedouros, coleiras, ou o contacto em parques, áreas recreativas ou outros espaços (hotéis ou canis, por exemplo), principalmente fechados, com animais portadores do vírus.

Um único cachorro engripado é o suficiente para propagar o problema. A dificuldade de agir antes que a doença se espalhe deve-se ao facto de que, antes mesmo de apresentar sintomatologia, o animal já pode transmitir o vírus.

Sintomatologia, diagnóstico e tratamento da doença

Alguns sintomas da gripe canina são semelhantes aos dos humanos – e nós sabemos como é incómodo ficar engripado!

Assim, quanto mais cedo se identificar a presença do vírus, mais rápido se procederá ao tratamento do animal. Deve dar importância a indícios como: tosse, espirros, secreção nazal (coriza), olhos lacrimejantes, febre, letargia, perda de apetite, dificuldade em respirar, respiração rápida (em geral curta e com ruídos, devido à secreção).

O facto de a maioria dos casos de gripe ser leve não descarta uma ida ao médico veterinário, até porque, além de ser bastante desconfortável, a presença do vírus no organismo dos animais pode causar outras infeções ou piorar as existentes. Nos casos mais graves, ainda que raros, os cães podem apresentar febre acima dos 40 graus, extrema letargia e pneumonia.

Fique atento e, em caso de dúvidas, leve-o ao veterinário de forma a garantir um diagnóstico precoce que será importante para o tratamento.

O diagnóstico costuma ser clínico, ou seja, a partir de um exame em consultório o profissional é capaz de avaliar os sintomas e ter fortes suspeitas de gripe canina.

Em alguns casos, amostras das secreções e sangue são recolhidas para orientar o tratamento de suporte, dos sintomas. Caso haja suspeitas de complicações, como uma pneumonia derivada da doença, podem ser utilizados outros recursos, como a radiografia.

Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento é simples, indolor, e terá em conta a sintomatologia que o animal apresenta, mas depende igualmente de fatores como a sua idade, o estado da sua imunidade e a sua saúde geral.

Terá de haver um cuidado especial se ele for idoso, um filhote, ou se possuir alguma doença crónica. Em todos estes casos, os animais encontram-se mais vulneráveis.

Caso seja necessário o veterinário poderá receitar alguma medicação específica, como antibióticos, anti-inflamatórios e antitérmicos para a febre. Após avaliar as condições de vida do animal, e até as hipóteses deste ter uma reação, o veterinário também poderá aconselhar a vacina da gripe.

A vacina da gripe para animais é eficaz em grande parte dos casos, porém, não garante que o seu cão vá ficar 100 por cento imune. Além disso, ela pode demorar de 7 a 15 dias para começar a fazer efeito. Esse é o tempo necessário para o organismo do animal reconhecer as substâncias e produzir anticorpos contra as doenças.

Mesmo não apresentando eficácia total, um animal vacinado que adquira a doença apresentará sintomas mais brandos, logo deve ser considerada.

Tenha em mente que, mesmo que a sintomatologia da gripe humana seja semelhante à canina, só pode dar ao animal medicamentos prescritos pelo veterinário, respeitando as doses e os horários indicados pelo profissional para lhos administrar.

Não deve – em hipótese alguma – medicar o seu animal de companhia com os medicamentos que você ou a sua família utilizam para a gripe.

Os medicamentos desenvolvidos para os seres humanos podem ser tóxicos para os animais e chegar a provocar danos irreversíveis, principalmente a nível hepático.

Durante o período de duração de doença – que pode ir até um mês –, o cão deve descansar. Vigie-o para que faça o máximo de repouso possível, poucas brincadeiras e esqueça os passeios longos.

A dieta deve ser equilibrada para ajudar a fortalecer o seu sistema imunológico e para melhor se defender contra a doença que o aflige. Tenha paciência pois, como anteriormente mencionado, ele pode perder o apetite, no entanto, insista para que se alimente.

É igualmente importante que um cão engripado beba muita água, já que pode sofrer de desidratação. A sua tigela deve ter sempre muita água fresca e deve assegurar-se de que ele bebe o suficiente.

Para reduzir a congestão nasal do seu amigo de quatro patas utilize um humidificador de ar quente, de forma a manter as suas vias respiratórias sempre hidratadas. Se não tiver este tipo de aparelho pode colocar o cão na casa de banho durante um tempo e abrir a torneira da água quente, que já ajuda.

Além destes cuidados, o animal deve ficar em isolamento enquanto não forem eliminados os sintomas, para evitar a transmissão da doença.

Caso haja outros animais na mesma casa, deve mantê-los separados para evitar o contágio dos cães saudáveis durante pelo menos 20 dias, além de não permitir que compartilhem os mesmos utensílios (potes, mantinhas, brinquedos, etc.). Não se esqueça de limpar a casa e os seus objetos com materiais de limpeza (detergente e sabão comuns são suficientes) para matar o vírus e impedir um novo episódio.

Boas doses de afeto, colo, carícias e palavras de alento também irão contribuir para que o seu animal de companhia recupere rapidamente da gripe e volte a ser o cão brincalhão e feliz de sempre.

Tal como em todas as doenças é sempre melhor prevenir do que tratar, e prevenir a gripe canina envolve apenas algumas medidas simples.

Invista na prevenção

A melhor forma de prevenir a gripe canina é evitar locais de risco, como canis e onde haja aglomerações de cães. Manter contacto com outros donos de forma a saber se existe algum animal doente também é importante – ao menor sinal de surto mude o local de passeio.

Tal como os humanos, os cães também sofrem com as mudanças climáticas que podem gerar queda na imunidade, fazendo com que adoeçam mais frequentemente.

Assim, os horários de passeio devem ser repensados durante o frio, para evitar a exposição dos animais em momentos do dia mais desagradáveis. Nestas alturas pode recorrer a roupinhas para os manter aquecidos durante as saídas.

Outros hábitos simples também previnem uma infeção, por exemplo, evitar choques térmicos, como expô-lo a temperaturas baixas após um banho quente; se ele ficar na área externa da casa, deve providenciar um abrigo que o proteja do vento, principalmente durante a noite.

Se pretender viajar com o seu cão, ou sem ele (deixando-o hospedado num hotel), deve procurar antes um médico veterinário de sua confiança para que ele o oriente corretamente sobre a melhor forma de prevenção em cada uma das situações.

Proteja o seu companheiro. Zele pela sua saúde e bem-estar visitando o veterinário com frequência, e tudo correra bem!

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
15 de Março de 2024

Mais Sobre:
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Referências Externas:

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