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Nova ferramenta avalia risco de lesão renal após quimioterapia

Uma equipa de investigadores do Brigham and Women's Hospital (BWH), em conjunto com especialistas do Dana-Farber Cancer Institute e outras instituições, conduziu um estudo que permitiu desenvolver um modelo de previsão do risco de lesão renal moderada a grave após a toma do medicamento cisplatina.

Nova ferramenta avalia risco de lesão renal após quimioterapia

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A cisplatina é uma quimioterapia altamente eficaz que tem sido usada no tratamento do cancro há décadas, no entanto, o medicamento pode causar lesões renais que podem potencialmente levar à descontinuação deste tipo de tratamento que salva vidas.

Na investigação, publicada no BMJ, foram utilizados dados de mais de 24.000 pacientes de seis grandes centros de cancro dos EUA, e os especialistas analisaram o risco de lesão renal aguda moderada a grave nos primeiros 14 dias após a primeira dose intravenosa única de cisplatina. O modelo desenvolvido pela equipa incluiu vários fatores de risco importantes para lesão renal, como a idade, pressão alta, diabetes, resultados laboratoriais de exames de sangue disponíveis rotineiramente e doses mais elevadas de cisplatina.

Descobriram, então, que os pacientes que tinham maior risco de desenvolver lesão renal apresentavam um risco 20 vezes maior após a terapia com a cisplatina do que aqueles do grupo de menor risco. Constatou-se ainda que os pacientes que desenvolveram lesão renal devido à cisplatina tinham um risco consideravelmente maior de morte em comparação com aqueles que não o haviam feito.

Outra descoberta importante foi que níveis mais baixos de magnésio eram um importante fator de risco para lesão renal aguda. Os investigadores planeiam utilizar o mesmo banco de dados rico para tentar identificar terapias que possam prevenir lesões renais, incluindo o magnésio.

Utilizando a pontuação de risco, a equipa criou uma calculadora online simples. Um paciente ou médico pode usar esta calculadora para quantificar o risco de lesão renal inserindo informações, incluindo se o paciente tem pressão alta, diabetes ou outras doenças ou condições médicas, juntamente com os resultados dos seus exames sanguíneos.

Se um paciente estiver em alto risco, a equipa clínica pode considerar medidas preventivas, como administrar mais fluidos intravenosos antes de receber cisplatina ou monitorizar a sua função renal mais atentamente após o tratamento.
As características clínicas e os valores laboratoriais incorporados no modelo estão facilmente disponíveis e podem ser obtidos nos registos médicos, portanto, espera-se que esta ferramenta possa ser implementada em qualquer lugar onde a cisplatina seja administrada

Shruti Gupta, primeira autora do estudo, relembra que apesar de a cisplatina ser uma toxina renal bem conhecida, e de existirem tratamentos mais recentes, continua a ser uma pedra angular da terapia para pacientes com cancro em todo o mundo. Esta grande colaboração multicêntrica e o modelo de previsão de risco resultante representam um passo importante no tratamento dos pacientes que utilizam a cisplatina.

Fonte: Tupam Editores

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