OBESIDADE

Obesidade: doentes recuperam peso após interromper novo fármaco

A obesidade é uma doença crónica grave, progressiva e recidivante. A nova geração de medicamentos contra a doença proporciona muitas vezes uma perda de peso dramática, mas os pacientes questionam-se sobre o que acontecerá com a interrupção do tratamento.

Obesidade: doentes recuperam peso após interromper novo fármaco

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Um estudo publicado recentemente no Journal of the American Medical Association põe termo a esta dúvida: grande parte do peso retorna, o que significa que os pacientes podem ficar presos e dependentes a longo prazo dos medicamentos.

A investigação foi baseada em injeções semanais de tirzepatida – o composto do novo medicamento para perda de peso da Eli Lilly, aprovado pelos Estados Unidos no mês passado. A tirzepatida é uma molécula única que combina o polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) e o agonista do receptor GLP-1, resultando em efeitos sinérgicos no apetite, na ingestão de alimentos e na função metabólica.

Os participantes (n = 783) inscritos num período de introdução aberto receberam uma dose subcutânea máxima tolerada uma vez por semana (10 ou 15 mg) de tirzepatida durante 36 semanas.

Na semana 36, um total de 670 participantes (idade média, 48 anos; 473 mulheres; peso médio, 107,3 kg) alcançaram uma notável perda de peso média de 20,9%. Todos os participantes foram incentivados a consumir 500 calorias a menos por dia do que queimavam e a fazer pelo menos 150 minutos de exercícios por semana.
Este grupo foi então dividido em dois e os participantes foram selecionados para continuar a receber a tirzepatida (n = 335) ou para mudar para um placebo (n = 335) durante 52 semanas.

Os especialistas verificaram que a alteração percentual média do peso da semana 36 à semana 88 foi de -5,5% com a tirzepatida vs 14,0% com o placebo. No geral, 300 participantes (89,5%) que receberam a tirzepatida às 88 semanas mantiveram pelo menos 80% da perda de peso durante o período de introdução, em comparação com 16,6% que receberam o placebo. A redução média global do peso da semana 0 à 88 foi de 25,3% para a tirzepatida e de 9,9% para o placebo.

Os eventos adversos mais comuns foram principalmente problemas gastrointestinais leves a moderados, que ocorreram mais comummente com a tirzepatida versus o placebo.

Foi possível concluir que nos participantes com obesidade ou excesso de peso, a interrupção da tirzepatida levou a uma recuperação substancial do peso perdido, enquanto a continuação do tratamento manteve e aumentou a redução de peso inicial.
Para os autores, os resultados enfatizam a necessidade de continuar a farmacoterapia para prevenir a recuperação do peso e garantir a manutenção da sua redução.

Fonte: Tupam Editores

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