ENXAQUECA

Dia Europeu da Enxaqueca: esclareça as dúvidas sobre esta doença

O Dia Europeu de Ação na Enxaqueca é assinalado anualmente a 12 de setembro. A enxaqueca, considerada pela Organização Mundial da Saúde a segunda doença mais incapacitante, é sinónimo de dor, sintomas gastrointestinais e intolerância a estímulos externos condicionando a qualidade de vida. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas sofra de enxaqueca em Portugal, no entanto, a doença ainda é pouco reconhecida e mesmo desvalorizada.

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CEFALEIAS, O MELHOR É NÃO PERDER A CABEÇA


A patologia é a principal causa de incapacidade de origem neurológica em todo o mundo, superior a doenças como doença de Alzheimer ou epilepsia, e acarreta um impacto significativo não só do ponto de vista pessoal e familiar, mas também com importante repercussão sócio-laboral, traduzindo-se em absentismo e diminuição de produtividade.

Com predomínio nas mulheres, a enxaqueca tem início geralmente na idade jovem-adulta (entre os 15 e os 40 anos), mas pode aparecer na infância ou logo após a primeira menstruação. Tem forte componente hereditária: se a mãe tiver enxaqueca, a filha terá 66% de probabilidade de ter enxaqueca e se ambos os progenitores a tiverem essa probabilidade sobe para 77%.

De frequência variável, pode ocorrer uma a duas vezes por ano ou manifestar-se com crises quase diárias, sendo que uma crise pode durar algumas horas até 3 dias. A dor afeta tipicamente um lado da cabeça, é pulsátil (como se fosse o “coração a bater”) e é acompanhada por náuseas/vómitos. Normalmente, as pessoas com dor são intolerantes a estímulos luminosos, ao barulho, a determinados cheiros e a dor ainda pode agravar com certos movimentos ou com esforços físicos.

Em até 15% dos casos, a enxaqueca pode ser precedida de aura, um fenómeno caracterizado por alterações visuais (perda de metade do campo visual ou flashs luminosos), dificuldade na produção do discurso, alterações da sensibilidade (formigueiros ou dormências) ou da força muscular nos membros.

Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada. Existem medicamentos e comportamentos que podem reduzir a frequência, a duração ou a intensidade das crises. O tratamento sintomático, durante os períodos agudos, passa pelo repouso num local sossegado e escuro. Pode-se aplicar pressão ou frio no local da dor. Nesta fase os analgésicos, os anti-inflamatórios, os antieméticos e os triptanos são muito úteis.

Se as crises se tornarem muito frequentes ou de grande intensidade poderá ser instituído um tratamento profilático, isto é, um tratamento para prevenir a sua recorrência. Nesta fase, o doente deverá procurar a ajuda do seu Médico de Família ou Neurologista.

No que diz respeito à prevenção, o primeiro passo consiste na identificação e afastamento dos fatores que precipitam a dor, sempre que for possível. Em alguns casos poderá ser necessário recorrer a medicamentos de uso diário para diminuir as crises em frequência, duração ou intensidade mas não existem fármacos especificamente desenvolvidos para a sua prevenção.

Os doentes devem apostar também em medidas não farmacológicas, que permitem controlar os fatores desencadeantes das crises e melhorar a sua qualidade de vida. A adoção de estilos de vida saudáveis, como a prática de exercício físico regular e uma boa higiene do sono são fundamentais. A alimentação deve ser cuidada, evitando longos períodos de jejum e potenciais alimentos precipitantes (como chocolate, citrinos, condimentos ou bebidas alcoólicas, como o vinho tinto).

É fundamental acabar com os mitos associados à doença e que todos, indústria farmacêutica, poder político, sociedades científicas e associações de doentes, se juntem para lutar contra este problema de saúde pública.

Fonte: Tupam Editores

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