URINÁRIO

Lençóis molhados, miúdos envergonhados: como lidar com a enurese

O desfralde é um marco do desenvolvimento infantil bastante esperado pelos pais. Afinal, é sinal de que o filho cresceu e já não é um bebé que usa fralda. Mas, se durante o dia é mais fácil a criança fazer xixi na casa de banho, à noite é que são elas. Muitas não conseguem e acabam por fazer na cama durante o sono.

Lençóis molhados, miúdos envergonhados: como lidar com a enurese

DOENÇAS E TRATAMENTOS

INCONTINÊNCIA URINÁRIA


A enurese – termo médico que designa que a criança urinou na cama durante o sono – é bastante frequente em crianças pequenas, sendo muitas vezes apenas uma etapa do seu desenvolvimento. Muitas delas crescem sem que haja necessidade de qualquer intervenção e, geralmente, esta só surge quando começa a haver preocupação pelo facto de a criança continuar a fazer xixi na cama após os cinco anos de idade.

Os pais devem entender que não se trata de um problema mental nem comportamental e não acontece porque a criança é muito preguiçosa para sair da cama e ir à casa de banho. Deve-se antes à falta de controlo sobre a micção ou a uma perda urinária involuntária durante o sono, por isso, as crianças não devem ser punidas quando isso acontece.

O problema pode provocar efeitos negativos na vida da criança (sentimentos de vergonha e ansiedade, baixa autoestima, dificuldades de socialização, perda de qualidade de vida e rendimento escolar, etc.) e da sua família (perturbação do sono, ansiedade, frustração, stress familiar, etc.), mas deve ser encarado pelos educadores como uma situação que tem resolução.

A maioria das crianças supera a enurese sem tratamento, no entanto, se os pais e o médico assistente decidirem que será necessário proceder a um tratamento para resolver a situação, podem optar por dois tipos de tratamento: a terapia comportamental e/ou a medicamentosa.

A terapia comportamental vai fazer com que se processem alterações nos hábitos e comportamentos da criança e que ela cesse de urinar na cama. Os tratamentos comportamentais incluem:

Limitar ingestão de líquidos antes de deitar;
Evitar bebidas com cafeína, como chá e colas;
Fazer com que a criança use a casa de banho em intervalos regulares, durante o dia;
Garantir uma rotina tranquila na altura de ir para a cama, ou seja, levar a criança à casa de banho ao chegar a hora de deitar e depois, imediatamente antes de ela adormecer;
Pedir à criança que ajude a mudar os lençóis da cama quando os molha;
Criar um sistema de recompensa quando ela passa uma noite sem molhar a cama e que será melhorado se isso suceder em duas ou mais noites consecutivas;
Treinar a criança a reter a urina num espaço de tempo cada vez maior de maneira a que se processe uma dilatação da bexiga e a premência em urinar seja cada vez mais reduzida.

Já a terapia medicamentosa inclui medicamentos que reduzem a quantidade de urina durante a noite e/ou medicamentos que regulam o funcionamento do esfíncter vesical. Pode também recorrer-se à utilização de dispositivos tipo alarme, que detetam a urina durante a noite, e promovem o desenvolvimento de mecanismos que levam a criança a acordar.

Seja qual for a forma de tratamento adotada, é fundamental que os pais sejam pacientes e compreensivos para poderem ajudar a criança a superar este problema delicado. Repreendê-la só agravaria ainda mais o problema, e deixava-a insegura e sem confiança nos pais.

Fonte: Tupam Editores

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