Uma vez que estudos anteriores concluíram que os flavonoides - um grande grupo de compostos naturais encontrados em plantas que atuam como agentes antioxidantes - podem retardar ou prevenir o declínio mental, cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, decidiram examinar a ligação entre a ingestão de flavonoides e a saúde do cérebro a longo prazo.

A equipa analisou os dados de 49 493 mulheres (com uma idade média de 48 anos) e de 27 842 homens (com uma idade média de 51 anos) que foram acompanhados ao longo de um período de 20 anos.

Durante o estudo, os participantes foram convidados a preencher questionários sobre as refeições que consumiam, juntamente com a avaliação das suas próprias habilidades de memória.

Mesmo depois de terem sido considerados fatores relacionados à saúde (como idade e ingestão calórica total), os adultos que consumiram as maiores quantidades de alimentos ricos em flavonoides - que totalizaram uma média de 600 miligramas por dia – mostraram uma redução de 20 por cento no risco de declínio cognitivo.

Os cientistas quiseram aprofundar ainda mais os seus conhecimentos e começaram a estudar os diferentes tipos de flavonoides - dois dos quais se destacaram.

Alimentos que contêm flavonas, incluindo laranjas, foram associados a uma redução de 38 por cento no risco de défice cognitivo - uma redução que equivale a ser três a quatro anos mais jovem - enquanto alimentos com antocianinas (como cerejas e mirtilos) reduzem o risco em 24 por cento.