CÉREBRO

Identificado circuito cerebral que estraga o apetite

A motivação para comer é suprimida pela saciedade e por estímulos aversivos, como náuseas, ou ansiedade. Atrasar a altura de se alimentar pode ser uma atitude saudável do corpo para evitar maiores danos e ganhar tempo para a regeneração. Investigadores do Instituto Max Planck de Inteligência Biológica identificaram recentemente o circuito no cérebro que impede ratinhos de se alimentarem quando sentem náuseas.

Identificado circuito cerebral que estraga o apetite

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O estudo, publicado na revista Cell Reports, permitiu concluir que o papel decisivo é desempenhado por células nervosas especiais na amígdala – uma região do cérebro envolvida em caso de emoções intensas.

As células são ativadas durante as náuseas e provocam sinais de supressão do apetite. As descobertas destacam a complexa regulação do comportamento alimentar, uma vez que a perda de apetite durante as náuseas é controlada por circuitos diferentes dos que ocorrem durante a saciedade.

O stress, o enjoo ou certas infeções podem perturbar o estômago deixando-nos enjoados. Nestas circunstâncias, é lógico não comermos e esperarmos que a situação melhore. Assim, as náuseas e a diminuição de apetite andam sempre juntas.
O que parece lógico é um mecanismo de defesa saudável do corpo, no entanto, precisa de ser ativado primeiro. E é aí que o cérebro desempenha um papel fulcral: é o centro de controle do equilíbrio energético do corpo e regula o comportamento alimentar.

Mas como é que o cérebro nos impede de comer quando nos sentimos mal? Uma equipa de especialistas do departamento de Rüdiger Klein obteve novos conhecimentos sobre este tópico em ratinhos. Eles concentraram-se na amígdala, região do cérebro que regula as emoções, inclusive as relacionadas com a alimentação. Contém os neurónios que promovem a alimentação e aqueles que inibem o apetite.

No novo estudo, Wenyu Ding descobriu outro grupo de células na amígdala que têm uma influência negativa no apetite. Ao contrário do tipo de célula anteriormente conhecido, estas células não são ativadas pela saciedade, mas sim pela sensação de náusea. Quando os investigadores ligaram artificialmente as células, até os ratinhos famintos pararam de comer. Por outro lado, desligar as células fez com que os animais comessem, mesmo quando se sentiam enjoados.

Para compreender melhor como este tipo de célula exerce a sua função de supressão do apetite, os investigadores analisaram o circuito subjacente: de onde é que as células obtêm a sua informação e para que células e áreas do cérebro enviam as suas projeções?

Chegou-se à conclusão de que quando um ratinho se sente doente, esta informação chega ao cérebro e, eventualmente, à amígdala. Lá, o novo tipo de célula é ativado e envia os seus sinais inibitórios para regiões distantes do cérebro, incluindo o chamado núcleo parabraquial, região do tronco cerebral que recebe muitas informações sobre o estado interno do corpo.

Isto está em contraste com o circuito do tipo de célula anteriormente conhecido, que interage principalmente com células vizinhas dentro da amígdala. Fica evidente que a perda de apetite durante a saciedade não é a mesma coisa que a perda de apetite durante as náuseas. No cérebro, diferentes células e circuitos são responsáveis por isto.

Acima de tudo, o novo estudo fornece informações importantes sobre como o cérebro e a amígdala, em particular, regulam o comportamento alimentar. Este é o pré-requisito para compreender melhor as muitas doenças associadas ao comportamento alimentar desregulado em humanos.

Fonte: Tupam Editores

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