Descoberta forma de reduzir desejo por drogas
Um novo estudo pré-clínico realizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostrou que uma terapia de estimulação do nervo vago (VNS) pode ter potencial para ajudar as pessoas a superarem a toxicodependência, ajudando-as a aprender novos comportamentos para substituir aqueles associados à procura de drogas.
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A pesquisa descobriu que os desejos de droga em ratos viciados foram reduzidos quando estes foram tratados com VNS.
A estimulação do nervo Vago envolve o envio de um pulso elétrico suave através do nervo vago, que está no pescoço. A VNS já foi aprovada pelo regulador de saúde norte-americano (FDA) como um tratamento para doenças como a depressão ou a epilepsia.
Neste estudo, aplicou-se VNS num grupo de ratos, de forma a determinar se o procedimento poderia ajudar os animais a aprender comportamentos diferentes e a reduzir os seus desejos por drogas.
A extinção de memórias terríveis e de memórias dependentes da droga baseia-se no mesmo substrato no cérebro. Nesta experiência, a VNS facilitou tanto a aprendizagem de extinção como a redução de resposta à recaída.
Os ratos no estudo tinham de pressionar uma alavanca que lhes fornecia uma droga e desencadeava um som e uma luz; num dos dias da experiência a alavanca deixou de fornecer qualquer um destes três itens, para que os ratos reaprendessem contingências.
Segundo os investigadores, os animais nunca esqueceram as pistas originais; em vez disso, aprenderam algo novo que compete com as memórias antigas. Ao longo do tempo os animais pressionaram a alavanca de forma menos frequente, mas raros foram os casos em que pararam de pressionar completamente.
Eventualmente, a luz e o som (mas não a droga) foram reintegrados, causando ânsias intensas nos animais e uma recaída para a procura de drogas.
No entanto, os animais que experimentaram o tratamento com VNS durante a fase de extinção da experiência pressionaram a alavanca com menos frequência, em cerca de 40 ou 50 por cento, o que significa que o seu desejo foi muito reduzido.
Segundo o autor do estudo, publicado na revista Learning and Memory, esta abordagem tem potencial para se tornar uma terapia durante a reabilitação.