PSICADÉLICOS NA DEPRESSÃO E OUTRAS PATOLOGIAS

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DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Várias pesquisas anteriores, já sugeriam que determinadas drogas psicadélicas como os cogumelos mágicos, entre outras, podem ajudar as pessoas deprimidas, com transtornos do foro psiquiátrico ou provocados pelo álcool, a enfrentar os seus problemas e a aumentarem a sua autoestima e bem-estar geral.

Também conhecidos por cogumelos psicadélicos, os cogumelos mágicos são fungos com propriedades alucinogénicas utilizadas desde tempos ancestrais por diversos povos e culturas como instrumento medicinal e em rituais religiosos, ou como drogas recreativas por jovens urbanos, geralmente influenciados por diversos movimentos culturais, que ajudam a aliviar os sintomas em pessoas com depressão de difícil tratamento e outras patologias.

As suas propriedades ficam a dever-se à presença de uma substância psicoativa chamada psilocibina, um pro-fármaco alcaloide com uma estrutura molecular análoga à da serotonina, um neurotransmissor natural conhecido como a hormona da felicidade, e com atividade semelhante, produzindo efeitos como euforia, alucinações outros distúrbios sensoriais.

Desde o desenvolvimento do movimento de contracultura hippie da década de 1960, que a comunidade médica e científica tem vindo a estudar o valor terapêutico da psilocibina, presente em mais de 100 espécies de cogumelos. Todavia, somente em 2006 uma pesquisa científica divulgada pela revista internacional de Psicofarmacologia, o jornal oficial da Sociedade Europeia de Farmacologia Comportamental (EBPS), revelou que esta substância é segura e tem potencial para melhorar significativamente as condições que afetam o bem-estar das pessoas que a consomem de forma controlada.

Atualmente, a aplicação clínica desta substância é já comum no tratamento de distúrbios e transtornos psiquiátricos relacionados com a personalidade, humor, esquizofrenia, ansiedade, enxaqueca crónica e depressão, em alguns países, podendo vir a ser muito provavelmente a curto prazo o futuro dos antidepressivos, segundo uma nova linha de investigação em curso na área da saúde mental. Também os pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), podem experimentar melhorias no quadro clínico com o uso de psilocibina, podendo ser administrada concomitantemente com a psicoterapia como forma de potencializar os resultados desta última.

Apesar dos comprovados benefícios terapêuticos e psicológicos dos psicadélicos, eles também têm sido objeto de controvérsia e de restrições legais em muitos países, em boa parte como resultado dos movimentos de contracultura e do movimento hippie que expandiu o seu uso recreativo e ganhou destaque, em particular entre a juventude, tendo atraído a atenção das autoridades e levando posteriormente à proibição de várias dessas substâncias.

Num estudo duplo-cego randomizado e controlado, levado a cabo por um grupo de investigadores do Imperial College London, conduzido pelo professor David Nutt e divulgado em abril de 2021 pelo New England Journal of Medicine, envolvendo pacientes com transtorno depressivo major de longa data, moderado a grave, comparando a eficácia da psilocibina com um inibidor seletivo da recaptação da serotonina autorizado, durante um período de 6 semanas, revelou que a psilocibina tem o poder de “libertar” o cérebro dos pacientes. Nas 60 pessoas que na época participaram do estudo, a psilocibina mostrou ser capaz de tratar a depressão como nenhum outro medicamento.

Segundo David Nutt, o potencial da psilocibina é tal que apenas uma ou duas doses são suficientes para produzir os mesmos efeitos de medicamentos que habitualmente são administrados diariamente, efeitos esses que podem durar até 3 semanas, além de terem conferido uma melhoria considerável de humor nos participantes, que se manteve durante meses.

Em posteriores declarações à BBC, referiu ainda que os dados então obtidos apoiavam as suas previsões iniciais, confirmando que a psilocibina pode ser uma abordagem real para tratamento da depressão, sendo no entanto necessário que mais pesquisas sejam feitas para sustentar os resultados obtidos e alertando os pacientes diagnosticados com depressão profunda que não devem fazer uso de psilocibina sem recomendação e acompanhamento médico.

De modo geral, a psilocibina começa a produzir efeitos alucinogénicos no organismo entre 15 a 45 minutos após a sua ingestão, podendo no entanto variar muito de pessoa para pessoa, bem como da dose ingerida. Determinadas pessoas podem experimentar desconforto gástrico e vómito, além de tonturas leves a moderadas, afetando igualmente a noção de espaço, incluindo eventual desligamento da realidade.

Caso o uso daquela substância provoque incómodo ou mal-estar excessivo, convirá desde já esclarecer que não existe antídoto para cortar a ação do psicotrópico no organismo, sendo única solução para tratamento dos sintomas, a procura de atendimento médico para que haja monitorização adequada, até que passem os efeitos da droga.

Devido aos efeitos que a pscilocibina pode provocar no organismo, é comum as pessoas se interrogarem sobre a possibilidade da substância, a exemplo de outros psicotrópicos, poder gerar algum tipo de dependência, não havendo no entanto nenhum caso documentado, estudos ou relatos oficiais que o comprovem.

Embora a psilocibina possa ser encontrada em várias espécies de cogumelos, ela está presente principalmente nos cogumelos do género Psilocybe e de entre estes no Psilocybe cubensis.

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