Investigadores do Instituto de Pesquisa Médica Sanford Burnham Prebys, nos Estados Unidos, identificaram uma nova função de uma proteína cerebral geneticamente ligada à doença de Alzheimer.

As descobertas, publicadas no Journal of Experimental Medicine, podem levar ao desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.

A pesquisa descobriu que uma proteína, a SORLA, limita diretamente a capacidade da beta amiloide, a proteína tóxica que causa a doença de Alzheimer, de desencadear a destruição das conexões neuronais; esta é já a terceira via em que a SORLA demonstrou defender contra a neurodegeneração.

Segundo os investigadores, está a ficar “cada vez mais claro que a SORLA tem uma grande influência no desenvolvimento da Alzheimer”, pois cada vez mais mutações associadas à doença estão a ser descobertas no gene SORLA.

O Sorla é um dos muitos genes em que as mutações estão associadas ao aumento do risco de Alzheimer; os investigadores suspeitavam que a SORLA, uma proteína que transporta moléculas entre compartimentos celulares, podia ajudar a proteger contra a sinalização tóxica induzida pela beta amiloide com base em observações anteriores.  

A equipa mostrou que a SORLA interage fisicamente com EphA4, um dos recetores através do qual a beta amiloide provoca a disfunção sináptica.

Neste estudo, os investigadores estabeleceram que a SORLA pode mitigar a sinalização tóxica do EphA4 causada pela beta amiloide. Para além disso, também se verificou que níveis crescentes de SORLA em ratos reduziram as deficiências cognitivas causadas pela beta amiloide.

Estas observações sugerem que a doença de Alzheimer, numa fase inicial, pode ser tratada com fármacos que aumentem os níveis de SORLA, ou que melhorem a sua interação com o EphA4.