A explosão excessiva de novas células cerebrais após uma lesão traumática na cabeça, que os cientistas acreditavam ajudar na recuperação, pode, em vez disso, levar a crises epiléticas e a um declínio cognitivo a longo prazo, de acordo com um novo estudo da Escola Médica Rutgers, nos Estados Unidos.

Na Stem Cell Reports, os investigadores explicam que há um aumento inicial no nascimento de novos neurónios após uma lesão cerebral, mas, dentro de semanas, é observada uma diminuição dramática na taxa normal em que os neurónios nascem, esgotando as células cerebrais que em circunstâncias normais deviam estar lá para substituir células danificadas e reparar a rede do cérebro; o excesso de novos neurónios leva a convulsões epiléticas e pode contribuir para o declínio cognitivo.

O estudo realizado com ratos de laboratório revelou que um mês após a lesão cerebral experimental, o número de novas células cerebrais diminuiu drasticamente, abaixo do número de novos neurónios que teriam sido detetados se uma lesão não tivesse ocorrido.

Quando os cientistas conseguiram prevenir a neurogénese excessiva que ocorre nos dias da lesão com um medicamento similar a um tratamento para medicação de quimioterapia, a taxa de nascimento de novas células cerebrais voltou aos níveis normais e o risco de convulsões foi reduzido.

Assim, os especialistas acreditam agora que limitar esse processo pode ser benéfico para parar convulsões após lesão cerebral; enquanto a capacidade regenerativa das células cerebrais no hipocampo diminui como parte do processo de envelhecimento, os cientistas determinaram que o processo que ocorreu após uma lesão na cabeça estava relacionado com lesões e não com a idade.