Num artigo publicado na revista Science, investigadores do Centro médico Beth Israel, nos Estados Unidos, demonstraram que alvejar um gene, conhecido como WWP1, com um composto encontrado nos brócolos suprimiu o crescimento de tumores em animais de propensos ao cancro.

O PTEN é um dos genes supressores de tumor mais frequentemente mutados; certas mutações de PTEN herdadas podem causar síndromes caraterizadas por suscetibilidade ao cancro e defeitos de desenvolvimento.

Mas, como a perda completa do gene desencadeia um mecanismo à prova de falhas irreversível e potente que impede a proliferação de células cancerígenas, ambas as cópias do gene raramente são afetadas.

Em vez disso, as células tumorais exibem níveis mais baixos de PTEN, levantando a questão de que ao restaurar a atividade de PTEN para níveis normais, num cenário do cancro, poderia desencadear a atividade supressora de tumor do gene.

Os cientistas identificaram as moléculas e compostos que regulam a função e a ativação do PTEN e revelaram que o gene WWP1 produz uma enzima que inibe a atividade supressora do tumor de PTEN.

Depois, ao analisarem a forma física da enzima, os investigadores reconheceram que uma pequena molécula - formalmente chamada indole-3-carbinol (I3C), um composto dos brócolos - poderia ser a chave para suprimir os efeitos do WWP1.

Segundo os cientistas, estas descobertas abrem caminho para uma abordagem de reativação supressora de tumores há muito procurada para o tratamento do cancro.