BLENORRAGIA

BLENORRAGIA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Doença também conhecida por gonorreia e na gíria por esquentamento, a blenorragia é uma infeção sexualmente transmissível (DST), que pode infetar homens e mulheres. É provocada por uma bactéria designada por Neisseria gonorrhoeae, que pode infetar o revestimento da uretra, o colo do útero, o reto, a orofaringe ou até as membranas que cobrem a parte frontal do olho, sendo geralmente transmitida pelo contacto sexual.

Trata-se de uma doença infeciosa muito comum, especialmente entre as pessoas com idades entre os 15-49 anos, sendo transmitida através de relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infetada, estimando-se que mais de 86,9 milhões de pessoas sejam infetadas anualmente em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No espaço europeu (EU/EEE), segundo o último relatório Epidemiológico do Sistema Europeu de Vigilância sobre DST do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC), divulgado em finais de 2021, verificaram-se 117 881 casos confirmados de gonorreia com uma taxa bruta de notificação geral de 150 casos por 100 mil habitantes.

A gonorreia é na maioria dos casos transmitida por contacto vaginal, oral ou anal, sendo que após um episódio de relação sexual vaginal sem preservativo, a probabilidade de transmissão de uma mulher infetada para um homem é de cerca de 20%, porém a possibilidade de transmissão de um homem infetado para uma mulher ou de um homem para outro, pode ser consideravelmente superior. Além disso, muitas pessoas portadoras de blenorragia, normalmente também apresentam outras infeções sexualmente transmissíveis como, clamídia, sífilis ou infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Alguns homens bem como algumas mulheres portadoras de blenorragia podem não apresentar sintomas, contudo, quando presentes na mulher, podem ser confundidos com uma infeção vaginal ou das vias urinárias, podendo em ambos os casos irradiar pelo organismo, causando meningite, endocardite ou artrite, se não for atempada e devidamente tratada.

Geralmente, as pessoas afetadas pela gonorreia, sentem ardor ao urinar e têm necessidade de o fazer com mais frequência que o normal, além de libertarem uma secreção leitosa amarelada através do pénis ou da vagina, mas raramente a patologia infeta as articulações, a pele ou o sistema cardíaco.

O exame microscópico, cultura ou testes de ADN de uma amostra dessa secreção ou testes de ADN da urina podem detetar a infeção, que poderá ser debelada através de antibióticos de última geração, já que a resistência aos antibióticos habitualmente usados para tratar este tipo de infeções tem vindo a aumentar cada vez mais.

Nas mulheres, geralmente as bactérias propagam-se ao subirem pelos canais do trato genital, infetando as tubas uterinas ou trompas de Falópio, que ligam o útero e ovários, infeção designada por salpingite, causando dor intensa na região inferior do abdómen, especialmente durante a relação sexual.

Em algumas outras, porém, a infeção se dissemina pelo peritoneu, o revestimento da cavidade abdominal, causando uma doença inflamatória pélvica, denominada por peritonite, que também pode provocar dor intensa na região inferior do abdómen, além de poder elevar consideravelmente o risco de infertilidade e gravidez ectópica, e podendo causar um perigoso sangramento interno.

Com ocorrência principalmente em mulheres, por vezes a infeção também pode concentrar-se em torno do fígado, patologia designada por peri-hepatite ou síndrome de Fitz-High-Curtis, que causa igualmente uma dor intensa.

Através de exames da secreção ao microscópio ou em laboratório, é possível identificar, em menos de uma hora, a bactéria responsável pela infeção em cerca de 95% dos homens infetados, cuja secreção pode ser obtida na ponta do pénis por meio de uma pequena lâmina de recolha de amostras, devendo para o efeito verificar-se abstinência urinária, pelo menos durante as duas horas anteriores à colheita.

A prevenção da gonorreia passa por algumas medidas gerais de segurança como por exemplo pelo uso correto e regular de preservativos, evitar práticas sexuais inseguras trocando de parceiros sexuais com frequência ou ter relações sexuais com prostitutas ou parceiros que possuam outros parceiros sexuais; efetuar o diagnóstico e tratamento imediato da infeção, assim que se revele, a fim de prevenir a transmissão para outras pessoas e identificar os contactos sexuais de pessoas infetadas, seguida de aconselhamento ou tratamento desses contactos e abster-se de qualquer tipo de sexo, sendo essa a forma mais confiável de prevenir infeções sexualmente transmissíveis, embora essa seja uma opção demasiado desfasada da realidade.

O tratamento da blenorragia, é normalmente efetuado por uma combinação dos fármacos ceftriaxona e azitromicina e, em paralelo, por exames e tratamento dos parceiros sexuais do doente. Geralmente o médico administra à pessoa infetada uma única injeção intramuscular do antibiótico ceftriaxona, acrescida de uma toma única de azitromicina por via oral, como forma de evitar o desenvolvimento de possíveis resistências, além de eliminar as clamídias, frequentemente presentes em pessoas com gonorreia.

As pessoas com gonorreia devem abster-se de qualquer atividade sexual até que o tratamento seja dado por concluído, a fim de evitar infectar os parceiros sexuais e, uma vez debelada a doença, todos devem ser testados e aguardar os resultados que o confirmem.

 

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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