A anorexia nervosa não afeta apenas as mulheres. A ocorrência deste tipo de transtornos alimentares entre o sexo masculino é uma realidade e um problema em ascensão. E os homens afetados têm uma taxa de mortalidade seis vezes maior do que os da população em geral.
Os distúrbios alimentares são doenças de origem psiquiátrica despoletadas por uma conjugação de factores socioculturais, biológicos, psicológicos e familiares.
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Um novo artigo publicado no Canadian Medical Association Journal tinha como objetivo aumentar a conscientização sobre este transtorno alimentar potencialmente fatal nos homens, e para tal chamou a atenção para aspetos como:
Até 0,3% dos homens serão diagnosticados com anorexia nervosa durante a vida. O estigma, a fraca literacia em saúde mental e os estereótipos de género reduzem os comportamentos de procura de ajuda e originam atrasos no tratamento e piores resultados.
Certos adolescentes do sexo masculino correm maior risco. Atletas envolvidos em desportos focados no corpo e na força, como ciclismo, corrida e luta livre, correm um risco maior de desenvolver o distúrbio, assim como homens com diversidade racial e étnica e pessoas gays, bissexuais, trans e queer.
A triagem de metas e comportamentos de aumento muscular é importante para avaliar a anorexia nervosa. Mudanças na dieta, vómitos, exercícios excessivos e uso de suplementos e esteroides anabolizantes são possíveis sinais de alerta. O Teste de Alimentação Orientada para a Muscularidade é uma ferramenta utilizada para avaliar esses comportamentos alimentares.
As complicações podem ser fatais. Estas incluem instabilidade dos sinais vitais, frequência cardíaca mais lenta que o normal, níveis anormais de colesterol total, anomalias eletrolíticas, anormalidades hematológicas, enzimas hepáticas elevadas, esvaziamento gástrico prejudicado, deficiência de vitamina D, e outras condições. Uma avaliação cuidadosa, incluindo o historial (explorando sintomas e comportamentos), exame físico e exames de sangue, são os primeiros passos para identificar complicações médicas graves e orientar o tratamento subsequente.
As diretrizes clínicas recomendam o tratamento familiar como tratamento ambulatorial de primeira linha. A maioria dos adolescentes do sexo masculino com anorexia nervosa pode ser tratada em ambulatório com tratamento familiar e monitorização médica contínua, no entanto, alguns adolescentes podem necessitar de tratamento hospitalar.
De acordo com o Dr. Basil Kadoura, do Hospital Infantil da Colúmbia Britânica e Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, é essencial a identificação precoce e o tratamento imediato deste transtorno.
