Tratar a solidão em obesos pode diminuir risco de morte precoce
A solidão pode ser um assassino silencioso, particularmente mortal para as pessoas com obesidade, que têm maior propensão para se isolarem socialmente. Mas, de acordo com um novo estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, abordar esta questão pode reduzir o risco de complicações de saúde e morte precoce nestas pessoas.
A prevalência da obesidade triplicou nos últimos anos, em muitos países europeus, aumentando, consequentemente, os gastos com a saúde.
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Até ao momento, os fatores dietéticos e de estilo de vida têm sido o foco principal na prevenção de doenças relacionadas à obesidade, mas este estudo destaca a importância de levar em consideração a saúde social e mental na melhoria da saúde das pessoas com esta doença crónica.
Segundo o Dr. Lu Qi, autor do estudo, os resultados sugerem que a melhoria do isolamento social pode ser um potencial “medicamento” para a redução da mortalidade.
Para a investigação, publicada na revista JAMA Network Open, os especialistas analisaram dados de quase 400 mil pessoas do Biobanco do Reino Unido, um grande banco de dados que acompanha a saúde dos britânicos há anos. Os participantes – que foram acompanhados entre março de 2006 e novembro de 2021 –, não tinham doenças cardíacas quando se começaram a recolher dados para este último estudo.
Durante o período de acompanhamento todas as causas de morte para pessoas com obesidade eram 36% mais baixas naqueles que se sentiam menos solitários e socialmente isolados, em comparação com uma diminuição de 9% no risco de morte precoce entre aqueles que não eram obesos ou solitários.
Para Qi está na altura de integrar fatores sociais e psicológicos nos fatores dietéticos e de estilo de vida para desenvolver estratégias de intervenção e prevenir complicações (de saúde) relacionadas com a obesidade.
Embora não seja discutida com tanta frequência como a dieta ou o exercício, a solidão é agora reconhecida como um importante fator de risco para maus resultados de saúde. As pessoas que se sentiam socialmente isoladas tinham 32% mais probabilidades de morrer precocemente do que aquelas que não o faziam.
Como seres humanos precisamos de nos sentir conhecidos por outras pessoas, para termos a sensação de que existimos. Mas devido à fobia da gordura torna-se mais difícil para as pessoas obesas sentirem-se compreendidas e aceites.
Quebrar esse preconceito é difícil, mas as pessoas obesas podem tentar desenvolver relacionamentos de mais qualidade e fazer um esforço para não se isolarem e socializar. Talvez seja desconfortável e leve algum tempo, mas há que arriscar.
