Os anestésicos induzem a inconsciência, em parte, ao interferir nos circuitos hipotalâmicos que regulam o sono e a vigília. Embora se saiba que os circuitos são sexualmente dimórficos e modulados hormonalmente, as diferenças baseadas no sexo e os efeitos das hormonas sexuais na sensibilidade anestésica não foram bem estudadas.

Na investigação, publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences, os especialistas exploraram a influência do sexo e das hormonas sexuais na sensibilidade aos anestésicos voláteis usando avaliações comportamentais e neurocognitivas em ratinhos e humanos.

A análise revelou que tanto os ratinhos fêmea quanto as mulheres são mais resistentes aos efeitos hipnóticos dos anestésicos, demorando mais tempo para ficar anestesiados e saindo mais rapidamente da anestesia do que os machos.

Os autores descobriram que a maior sensibilidade dos machos foi modulada pela testosterona, com os ratinhos macho castrados a exibir maior resistência e as injeções de testosterona a originar um aumento da sensibilidade anestésica nos ratinhos.

A análise do eletroencefalograma – utilizada para monitorizar a profundidade da anestesia em ambientes clínicos –, não revelou diferenças baseadas no sexo em ratinhos anestesiados ou em 30 voluntários humanos. No entanto, a representação da atividade cerebral total de ratos sob anestesia revelou níveis mais elevados de atividade nos machos em regiões hipotalâmicas conhecidas por promoverem o sono natural.

Segundo os autores, as diferenças na sensibilidade anestésica baseadas no sexo poderiam explicar as taxas comparativamente mais altas de consciência não intencional sob anestesia geral relatadas pelas mulheres.