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Estatinas podem retardar progressão da doença de Alzheimer

Um estudo conduzido pelo Instituto Karolinska apurou que as estatinas podem retardar a progressão da doença de Alzheimer, pelo menos em alguns doentes. Apesar dos resultados, os investigadores mostram-se cautelosos nas suas interpretações e vêem as descobertas como um primeiro passo numa jornada de investigação que poderá eventualmente fornecer uma resposta.

Estatinas podem retardar progressão da doença de Alzheimer

MEDICINA E MEDICAMENTOS

ESTATINAS


O novo estudo, publicado na revista Alzheimer Research and Therapy, revelou que as pessoas com doença de Alzheimer deterioraram mais lentamente as suas funções cognitivas se também fossem tratadas com uma estatina hipolipemiante, em comparação com doentes que não receberam o medicamento. No entanto, por se tratar de um estudo observacional, em que se compararam dados sobre os pacientes de um registo, os investigadores não podem afirmar se existe realmente uma relação causal.

A investigação incluiu dados de mais de 15.500 pacientes com demência que também tinham indicação de tratamento hipolipemiante. Quase 11 mil dos doentes foram tratados com estatinas. Em geral, aqueles que foram tratados com estes medicamentos apresentaram valores ligeiramente superiores nos testes cognitivos realizados, embora tivessem maior probabilidade de receber diagnósticos de hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes – fatores de risco para demência.

Sara Garcia-Ptacek, líder da investigação, realça que ainda que estas pessoas tenham apresentado um melhor desenvolvimento cognitivo ao longo do tempo, os resultados do estudo não são evidências de que os doentes com Alzheimer devam ser tratados com estatinas.

A razão pela qual se enfatiza a segurança é porque inicialmente se suspeitou que as estatinas causavam confusão em pacientes com demência, pelo que tem havido alguma resistência à prescrição destes medicamentos aos doentes.

O objetivo deste estudo era preparar o caminho para a realização de um estudo de coorte mais preciso, que levaria eventualmente a um outro de intervenção clínica – que poderia provar uma ligação causal entre as estatinas e a cognição.

A ideia de que as estatinas podem afetar o risco ou a progressão da demência não é nova. Já foram inclusive realizados alguns estudos clínicos, mas todos foram negativos.

Os especialistas acreditam que apenas alguns pacientes com doença de Alzheimer podem beneficiar das estatinas, no entanto, os estudos realizados anteriormente foram demasiado pequenos para mostrar diferenças significativas. O objetivo é tentar identificar os grupos de pacientes que mais beneficiam e descobrir a razão, antes de dar início aos ensaios clínicos.

Fonte: Tupam Editores

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