ALZHEIMER

Vacinação de rotina reduz risco de Alzheimer em adultos

A vacinação prévia contra tétano, difteria, tosse convulsa, herpes zoster e pneumocócica está associada a uma redução do risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer em adultos com 65 anos ou mais, de acordo com um novo estudo realizado por investigadores da Universidade do Texas, em Houston, EUA.

Vacinação de rotina reduz risco de Alzheimer em adultos

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A doença de Alzheimer afeta muitos milhões de pessoas em todo o mundo e o número de indivíduos afetados continua a crescer devido ao envelhecimento da população. O estudo, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, destaca a importância da vacinação não só na proteção contra as doenças infecciosas, mas também porque confere um certo grau de proteção contra a demência.

Tanto a equipa de investigadores da Universidade de Houston como outros especialistas na área levantaram a hipótese de o sistema imunológico poder ser responsável por instigar a disfunção nas células cerebrais na doença de Alzheimer.
Para explorar esta hipótese, realizaram um estudo de coorte retrospetivo que envolveu pacientes que estavam livres de demência durante um período de dois anos antes e que tinham pelo menos 65 anos no início do período de acompanhamento de oito anos.

Foram comparados dois grupos semelhantes de pacientes – um grupo vacinado contra tétano, difteria e coqueluche (Tdap/Td), herpes zoster ou zona (HZ), ou com vacinas pneumocócicas, e outro grupo que permaneceu não vacinado –, usando uma pontuação de propensão. Por fim, os investigadores calcularam o risco relativo e a redução do risco absoluto de desenvolver a doença de Alzheimer.

Verificou-se, então, que os indivíduos que receberam a vacina Tdap/Td tinham 30% menos probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer do que os não vacinados, ou seja, 7,2% dos pacientes vacinados versus 10,2% dos pacientes não vacinados desenvolveram a doença.
Da mesma forma, a vacinação contra HZ foi associada a um risco reduzido de 25% de desenvolver Alzheimer, o que corresponde a 8,1% dos pacientes vacinados versus 10,7% dos pacientes não vacinados. Para a vacina pneumocócica, registou-se uma redução de 27% no risco de desenvolver a doença, com 7,92% dos pacientes vacinados versus 10,9% dos não vacinados.

Paul E. Schulz, autor sénior do artigo, indicou que três novos anticorpos anti-amiloides usados para tratar a doença de Alzheimer mostraram retardar a progressão da doença em 25%, 27% e 35%.

A hipótese é que a redução do risco de doença de Alzheimer associada às vacinas se deva provavelmente a uma combinação de mecanismos. Pode ser que as vacinas mudem a forma como o sistema imunitário atua quando há proteínas prejudiciais acumuladas no cérebro, um processo ligado ao desenvolvimento da doença.
Também podem ajudar as células imunológicas na eliminação das proteínas tóxicas, ou melhorar a resposta imunológica a essas proteínas, ajudando a proteger as células cerebrais saudáveis próximas.

As descobertas do estudo contribuem positivamente tanto para a investigação sobre a prevenção da doença de Alzheimer como para a saúde pública em geral, sublinhando a importância da vacinação.

Fonte: Tupam Editores

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