DERMATOLOGIA

Nova terapia medicamentosa para crianças com eczema grave

Um estudo internacional envolvendo cientistas clínicos da Universidade de Manchester a trabalhar no Centro de Ensaios Clínicos do Royal Manchester Children's Hospital permitiu descobrir que uma terapia biológica para crianças muito pequenas com uma forma moderada a grave de eczema, ou dermatite atópica, é segura e eficaz.

Nova terapia medicamentosa para crianças com eczema grave

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Patrocinado pelas empresas de biotecnologia Regeneron e Sanofi, o estudo com dupilumab no eczema mal controlado é o primeiro estudo duplo-cego randomizado em larga escala de um anticorpo monoclonal para qualquer doença de pele em pacientes com idade entre os seis meses e os seis anos.

A investigação, publicada na revista científica The Lancet, revelou que a substância melhorou muito a gravidade da condição, reduzindo a comichão e a dor na pele em duas semanas. Além disso, também melhorou significativamente o sono dos pacientes, assim como a sua qualidade de vida e a dos seus pais.

Os médicos esperam que o estudo internacional de 162 pacientes garanta que o tratamento seja aprovado para as crianças britânicas em breve, após a sua adoção nos Estados Unidos em junho deste ano.

O investigador principal de Manchester e o pediatra Dr. Peter Arkwright, já investigam o uso de dupilumab em crianças com eczema grave no Centro de Pesquisa Clínica (CRF) do Royal Manchester Children's Hospital desde agosto de 2015. Embora a terapia já esteja licenciada no Reino Unido para adultos e crianças dos 6 aos 18 anos, os cientistas consideram os resultados positivos nas crianças pequenas como a cereja no topo do bolo.

Os pacientes que participaram no estudo foram selecionados de 31 hospitais, clínicas e instituições académicas da Europa e América do Norte de junho de 2020 a fevereiro de 2021.
Um total de 83 pacientes recebeu uma injeção subcutânea de dupilumab e 79 pacientes um placebo a cada quatro semanas, além de continuarem a terapia padrão com creme esteroide de baixa potência durante 16 semanas. Avaliadores independentes pontuaram o nível de inflamação dos participantes.

Os investigadores descobriram, então, que 28% dos pacientes que receberam o dupilumab alcançaram uma pontuação global da pele de 0 ou 1, o que indica pele clara ou quase limpa na semana 16; 53% dos pacientes experimentaram uma melhora de 75% em relação à linha de base no Índice de Área e Gravidade de Eczema (EASI) na semana 16.
A conjuntivite foi ligeiramente mais frequente com o dupilumab do que com o placebo (5% vs 0%), no entanto, nenhum evento adverso relacionado com o dupilumab foi grave ou levou à descontinuação do tratamento.

Segundo o Dr. Arkwright, os bebés a as crianças que têm eczema moderado a grave têm uma qualidade de vida substancialmente reduzida. A doença também é incrivelmente stressante para as suas famílias, principalmente porque o sono das crianças é muito perturbado.

Por essa razão, os investigadores estão muito satisfeitos que o dupilumab tenha proporcionado uma melhora clinicamente significativa, com um perfil de segurança aceitável. Os resultados destes testes cruciais apoiam fortemente a aprovação global do dupilumab para os bebés e crianças com eczema. A substância irá revolucionar a prática clínica em todo o mundo.

O eczema é uma doença inflamatória crónica da pele com prevalência de 20% ou mais em crianças menores de seis anos. Caracteriza-se por uma erupção cutânea vermelha com comichão, particularmente na face e nas dobras dos cotovelos e joelhos, assim como um risco aumentado de infeção da pele.

Fonte: Tupam Editores

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