CARDIOLOGIA

Dapagliflozina beneficia pacientes com insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca é um importante problema de saúde com impacto significativo na morbidade, mortalidade, qualidade de vida e custos de saúde. Apesar do impacto positivo das terapias modificadoras da doença desenvolvidas nas últimas quatro décadas, a mortalidade e hospitalização relacionadas com a insuficiência cardíaca permanecem altas.

Dapagliflozina beneficia pacientes com insuficiência cardíaca

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Uma investigação apresentada recentemente no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) 2022, em Barcelona, apurou que a dapagliflozina reduz o risco de morte e os eventos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca, independentemente da fração de ejeção.

Esta meta-análise pré-especificada a nível do paciente combinou os estudos DAPA-HF e DELIVER do inibidor de SGLT2 dapagliflozina em pacientes com insuficiência cardíaca.
O DAPA-HF incluiu pacientes com fração de ejeção reduzida (40% ou menos) e o DELIVER incluiu pacientes com fração de ejeção levemente reduzida e preservada (acima de 40%). Ambos os estudos distribuiram aleatoriamente os participantes para tomar dapagliflozina 10 mg uma vez ao dia, ou um placebo.

O primeiro objetivo da análise era examinar o efeito da dapagliflozina em vários desfechos secundários que cada estudo sozinho não tinha poder para fazer. Outro objetivo era examinar se a dapagliflozina era eficaz em toda a faixa de fração de ejeção, uma vez que o estudo EMPEROR-Preservado havia sugerido anteriormente que o efeito da empagliflozina, outro inibidor de SGLT2, pode ser atenuado em pacientes com fração de ejeção mais elevada.

Para os dois estudos foram selecionados aleatoriamente 11.007 pacientes para tomar dapagliflozina ou um placebo. A idade média dos participantes era de 69 anos e 35% eram do sexo feminino. A mediana de seguimento foi de 1,8 anos.

A análise de sobrevivência foi usada para examinar o efeito da dapagliflozina na morte por causas cardiovasculares; morte por qualquer causa; total de internamentos por insuficiência cardíaca; e a combinação de morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral (eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE)).

Foi possível concluir que a dapagliflozina reduziu o risco de morte por causas cardiovasculares em 14% (razão de risco [HR] 0,86; intervalo de confiança de 95% [IC] 0,76-0,97; p=0,01); morte por qualquer causa em 10% (HR 0,90; IC 95% 0,82-0,99; p=0,03); total de internamentos hospitalares por insuficiência cardíaca em 29% (risco relativo [RR] 0,71; IC 95% 0,65-0,78; p<0,001) e MACE em 11% (HR 0,90; IC 95% 0,81-1,00; p=0,045). Não houve evidência de que o efeito da dapagliflozina diferiu devido à fração de ejeção para qualquer um dos desfechos.

Segundo o autor do estudo, o Professor Pardeep Jhund, da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, estas descobertas confirmam que todos os pacientes com insuficiência cardíaca, independentemente da fração de ejeção, podem beneficiar com a toma de dapagliflozina, além de qualquer outra terapia para insuficiência cardíaca que estejam a fazer.

Fonte: Tupam Editores

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