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Febre de Lassa: estudo mostra que vacina protege rapidamente

Investigadores do Ramo Médico da Universidade do Texas (UTMB), em Galveston, obtiveram sucesso com uma nova vacina desenvolvida para combater o vírus Lassa, um patógeno que causa a febre de Lassa.

Febre de Lassa: estudo mostra que vacina protege rapidamente

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Cerca de 500.000 pessoas são infetadas anualmente na África Ocidental. A febre de Lassa é letal em humanos e primatas não humanos, com uma taxa de mortalidade de até 70% nos casos hospitalizados. Nos sobreviventes a doença também pode induzir efeitos graves e duradouros. Cerca de um terço dos infetados sofre de perda auditiva ou outras complicações neurológicas.

Segundo o Dr. Robert Cross, um dos principais investigadores do estudo, a vacina de injeção única induziu proteção contra doenças observáveis em 100% dos indivíduos quando administrada sete dias antes da exposição e preveniu doenças graves com recuperação total em 100% dos indivíduos vacinados três dias antes da exposição. A vacina também funcionou contra diferentes estirpes/linhagens do vírus, o que o especialista considera extremamente importante, dada a diversidade da doença.

Diferentes países têm diferentes linhagens do vírus Lassa, e uma vacina de ação rápida que pode prevenir a doença é um objetivo importante ao lidar com um surto. Várias vacinas candidatas para tratar a febre de Lassa estão em desenvolvimento desde 2005, mas a maioria requer múltiplas injeções e pode levar até quatro semanas para se tornar eficaz. Não existem vacinas atualmente licenciadas para a prevenção da febre de Lassa.

A vacina é administrada por meio de uma plataforma de vírus da estomatite vesicular recombinante, uma tecnologia semelhante à usada para desenvolver a vacina Ervebo, agora licenciada, que previne a doença do vírus Ébola.

Embora a Lassa seja endémica na África Ocidental, casos importados ocorreram na Europa e nos Estados Unidos como resultado de viagens aéreas comerciais. Além da dengue, a febre de Lassa é a febre hemorrágica viral mais frequentemente exportada por viagens para outras partes do mundo. Isto acontece possivelmente devido a um longo período de incubação.

O vírus Lassa é uma infeção viral aguda que se origina e se espalha através do contacto com um rato africano comum. Os sintomas geralmente aparecem uma a três semanas após a exposição. Embora a maioria das infeções (80%) seja leve ou mesmo assintomática, em 20% dos casos a doença pode progredir para sintomas mais graves, incluindo hemorragia, dificuldade respiratória grave, vómitos repetidos, inchaço facial, dor no peito, costas e abdómen, e choque. O aborto espontâneo é uma complicação grave da infeção com uma mortalidade estimada de 95% em fetos de mães grávidas infetadas.

Esta vacina evitou sinais de doença evidente e revelou uma eficácia notável na eliminação rápida do vírus que impediu o desenvolvimento de doenças graves ou mesmo letais. O estudo foi recentemente publicado na revista científica Cell Reports.
Estudos futuros irão analisar janelas mais curtas entre a vacinação e a exposição e testar a imunidade ao vírus por períodos mais longos (até um ano).

Fonte: Tupam Editores

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